-
13:43:53 | G1
O 'superalimento' comido no México desde os astecas — e que no Brasil virou ração

Conhecido como um dos ingredientes mais tradicionais da culinária mexicana, o nopal pode ser encontrado em quase todos os lugares. É um alimento nutritivo com séculos de história. No México, o consumo de nopales vem da época pré-hispânica
GETTY IMAGES
Quando Rita García se levanta, o céu, pontilhado de estrelas, parece pintado com tinta preta.
Silenciosamente, ela pega uma pequena lanterna que estava na mesa de cabeceira, calça os sapatos e sai para o ar quente do deserto.
Entra em uma cozinha improvisada que estava coberta.
Lá dentro, se senta em uma cadeira de plástico, mete a mão num balde grande e pega cuidadosamente o primeiro nopal – um tipo de cacto em forma de raquete – no lugar certo para evitar se machucar com os espinhos.
Usando um pequeno canivete, ela habilmente faz movimentos rápidos e torce levemente o nopal para cortar os espinhos perfeitamente.
Ao terminar, García joga o cacto em um saco e continua com os próximos. São apenas 3h da manhã e faltam mais três horas para o caminhão chegar à fazenda de sua família para buscar sua preciosa carga: 11 sacas no total.
Seu destino: o mercado.
Tal como seus antepassados, García continua uma longa tradição de colheita de nopales, um dos alimentos básicos mais apreciados do México.
No Brasil, onde é conhecida como palma forrageira, a espécie se tornou bastante popular no Semiárido, sendo usada principalmente como ração para animais.
Leia também:
Camarão entre os mais saborosos do mundo tem mais de 30 cm e custa R$ 400 por kg
Bonsai pode dar frutos, viver centenas de anos e ficar mais alto do que uma pessoa
Identidade nacional
O que García fez em cinco segundos, levou cinco minutos para mim, a convidada inexperiente, e ainda assim não fiz direito. Até García riu quando lhe mostrei meu cacto cortado.
Apesar da aparência, serviu como parte da salada de cactos que preparamos para o almoço na fazenda de sua família, El Barranco, localizada cerca de 48 km ao norte de Cabo San Lucas, na península mexicana da Baixa Califórnia.
O Códice Azcatitlan, onde os astecas são vistos atravessando montanhas cobertas de vegetação, entre as quais se avistam nopales
GETTY IMAGES
Conhecidos como um dos ingredientes mais tradicionais da culinária mexicana, os nopales estão de volta.
Este alimento nutritivo pode ser encontrado em quase todos os lugares, desde casas, taquerias, restaurantes e aulas de culinária no México, até se infiltrar na culinária do sudoeste americano.
"O cacto nopal vem de uma palavra náuatle [língua indígena da civilização asteca], 'nohpalli', que remonta aos tempos pré-colombianos", diz Danny Pérez, nosso guia da Dharma Expedições, uma empresa de turismo com sede em Los Cabos que conecta viajantes a fazendeiros e à comunidade local para uma aula de culinária tradicional.
Ingredientes tradicionais da gastronomia mexicana: milho, pimenta e nopal. Foto tirada na fazenda Casa Cuubi em San Antonino Castillo Velasco, perto de Oaxaca
INPHO
"Este cacto está profundamente enraizado na nossa cultura e identidade nacional", observa Danny, enquanto visitamos a fazenda da família García.
"Pode ser encontrado em nossa bandeira, na arte e até na mitologia antiga baseada na fundação de Tenochtitlán, a antiga capital asteca e atual Cidade do México. É muito simbólico para o povo mexicano.”
Passando por cabras, arbustos nativos do deserto e um pequeno jardim familiar, é fácil ver por que os cactos se tornaram tão arraigados na vida mexicana.
Crescem em todos os lugares, reproduzem-se facilmente e florescem mesmo em climas adversos como o da península da Baixa Califórnia.
Num local onde chove muito pouco, os cactos não só sobrevivem, como prosperam, tal como García e seus antepassados, que viveram e trabalharam nesta terra árida e inóspita durante séculos.
Vitaminas
Enquanto García nos mostra como selecionar nopales perfeitamente maduros – aqueles que são jovens e vibrantes, de cor verde brilhante – ela nos diz que eles geralmente são mais macios e suculentos na primavera, mas podem ser colhidos durante todo o ano.
Com seu sabor muito particular e capacidade de fazer parte de quase todas as refeições, os nopales têm sido um importante alimento básico mexicano durante séculos.
Vendedores de nopales no mercado de San Miguel de Allende, no México
GETTY IMAGES
São extremamente saudáveis, nutritivos e versáteis. Repletos de vitaminas, minerais e fibras alimentares, cada raquete de nopal pode encher um estômago faminto por horas, explica García.
É por isso que eles são um pilar alimentar em quase todos os lares mexicanos.
"Você pode fazer tudo com esse cacto", diz García enquanto nos ajuda a preparar a comida.
"Pode cozinhar, grelhar, comer cru, como suco, adicioná-lo a ensopados, molhos ou ovos.”
"É um 'superalimento' mexicano", diz a filha dela, Joycelyn.
Vendedor limpa nopales no mercado atacadista Central de Abasto, na Cidade do México
ALFREDO ESTRELLA/AFP VIA GETTY IMAGES
Além da raquete, os nopales também carregam uma pequena fruta de formato oval chamada figo-da-Índia, que tem sabor adocicado semelhante ao da melancia e é usada em sucos, coquetéis e geleias.
Enquanto recolhíamos os tomates, cebolas, alho e coentro para a salada, todos frescos da fazenda, Jocelyn rapidamente nos mostra como fatiar os nopales.
"Segure eles firmemente enquanto corta, primeiro no sentido do comprimento e depois na largura”, ela nos instruiu.
Os nopales são pegajosos e viscosos por serem cheios de mucilagem, substância espessa que é a guardiã da fibra do cacto.
Os nopales são pegajosos e viscosos por serem cheios de mucilagem, substância espessa que é a guardiã da fibra do cacto.
GETTY IMAGES
Cozinhamos nossos nopales em uma tradicional grelha a carvão e esperamos.
Dez minutos depois, eles estavam perfeitamente cozidos, escorridos e prontos para esfriar. Preparamos a salada enquanto Pérez tocava violão.
Finalmente chegou a hora de montar nosso primeiro taco.
Peguei uma tortilla de milho recém-preparada, recheei com salada de nopales, salsas vermelha e verde (dois molhos apimentados típicos da culinária mexicana) e queijo de cabra fresco feito na fazenda naquele dia.
"Este é o verdadeiro significado da comida que vai do campo à mesa", sorri García enquanto ouvíamos o balido das cabras.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.
Saiba como alimentos são produzidos no Brasil
De onde vem o que eu como: flores comestíveis
De onde vem a tangerina
Cachaça tem cabeça, coração e cauda; saiba qual parte pode ser consumida
Leia mais
-
13:22:43 | G1
Horário de verão: área técnica de Minas e Energia não vê necessidade de retomar medida em 2023
Adiantamento do relógio em uma hora está suspenso por decreto desde 2019. Níveis dos reservatórios estão altos mesmo no período seco, o que garante fornecimento de energia; decisão final, no entanto, não é da pasta. A área técnica do Ministério de Minas e Energia avalia não ser necessário retomar em 2023 o horário de verão – suspenso por decreto desde 2019. A decisão final sobre uma eventual retomada, no entanto, não cabe à pasta.
A avaliação é que a situação dos reservatórios e a oferta de fontes renováveis são suficientes para garantir o fornecimento de energia. Além disso, entendem que o comportamento de consumo mudou ao longo do tempo, tornando a medida menos eficaz.
✅Clique aqui para seguir o novo canal do g1 no WhatsApp.
De acordo com dados do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), os níveis dos reservatórios das hidrelétricas devem chegar ao fim deste mês acima de 70% no Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
"É importante ressaltar que o período tipicamente seco está próximo do seu encerramento, o que torna os resultados de EAR [energia armazenada na forma de água nos reservatórios] mais relevantes", diz o ONS.
LEIA TAMBÉM:
Horário de verão: as vantagens e desvantagens da polêmica mudança do relógio
Horário de verão: 66% são a favor, segundo enquete informal no perfil de Lula no Twitter
Horário permanente desde 1985
Bolsonaro assina decreto que acaba com o horário de verão
O horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931, no governo de Getúlio Vargas. Mas só passou a ser adotado com constância a partir de 1985.
A medida foi criada para aproveitar a iluminação natural durante o verão, quando os dias são mais longos e as noites mais curtas. Dessa forma, há economia de energia e redução do risco de apagões.
Suspensão no governo Bolsonaro
Em 2019, no governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), o horário de verão foi suspenso. A medida já era avaliada no governo de Michel Temer (MDB ).
Na ocasião, o governo afirmou que o adiantamento dos relógios em uma hora perdeu "razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico", por conta de mudanças no padrão de consumo de energia e de avanços tecnológicos, que alteraram o pico de consumo de energia.
A suspensão do horário de verão resistiu inclusive à crise hídrica de 2021. Na época, o governo chegou a estudar a retomada da política, solicitando um parecer do ONS.
Leia mais
-
13:12:13 | G1
Pedras de boi 🐂: o que são, qual o uso e por que podem valer milhões

Nesta semana, ladrões roubaram uma quantia do produto avaliada em R$ 2 milhões em Barretos (SP). Pesquisadora destaca que as pedras são raras, principalmente as maiores. Pedras da vesícula de boi
Reprodução/TV Integração e PRF/Divulgação
Alvo de roubos milionários, a pedra da vesícula de boi, também conhecida como pedra de fel ou cálculo biliar bovino, possui alto valor agregado, podendo valer milhões.
Nesta semana, ladrões renderam funcionários de uma empresa de exportação desse tipo de pedra em Barretos (SP) e roubaram uma quantia do produto avaliada em R$ 2 milhões.
Para entender o que são as pedras de boi, qual o uso mais comum e por que são tão valiosas, o g1 conversou com Daniela Gomes da Silva, pesquisadora da Clínica Médica da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
LEIA TAMBÉM
Boiada Fashion Week? Vídeo mostra 'desfile' de bois em avenida de Franca
🐮 O que são as pedras de boi?
Segundo Daniela, os cálculos são resultados do acúmulo de sais na vesícula de alguns animais, não todos. Ela destaca que as pedras não afetam a qualidade da carne para consumo.
"Esses cálculos se formam na vesícula devido ao acúmulo de sais biliares e de cálcio, sendo encontrados somente em alguns animais. Por isso a fonte mais comum das pedras são os frigoríficos. No processo de abate, as vesículas biliares são retiradas e depois o conteúdo é peneirado para verificar a presença de cálculos. É importante ressaltar que os cálculos biliares não prejudicam a qualidade da carne para o consumo humano."
Touro animal boi bovinos Uberaba
Reprodução/TV Integração
💊 Qual o uso mais comum?
A pesquisadora afirma que a pedra de boi pode ter uso medicinal.
"A pedra de boi é muito utilizada na medicina tradicional chinesa para o tratamento de convulsões, desmaios, febre e várias outras doenças. Dezenas de drogas da medicina tradicional chinesa podem utilizar as pedras de boi na sua composição", afirma.
💸 Quanto valem?
De acordo com Daniela, o valor das pedras varia bastante, mas cada grama dela pode valer até US$ 50 no mercado asiático, o que, na cotação desta quinta-feira (21), corresponde a R$ 245,50.
"Como o valor das pedras é controlado praticamente apenas pelo mercado asiático, o preço é muito variável e sujeito a muita especulação. O tamanho, a cor, o formato e a condição da pedra, se inteira ou quebrada, influenciam o seu valor que pode chegar a 50 dólares o grama, no caso de pedras grandes e de alta qualidade."
🔔 Receba no WhatsApp notícias da região de Ribeirão e Franca
🤑 Por que são tão valiosas?
A especialista ressalta que as pedras são valiosas porque são raras, principalmente as maiores.
"Elas são valiosas justamente porque são raras e não são encontradas em todos os bovinos. Na maioria das vezes são grãos muito pequenos, que não chegam a um grama. Pedras grandes e de alto valor são achados raríssimos", conclui.
Cálculo biliar bovino
Reprodução/EPTV
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região
Leia mais
-
10:30:21 | G1
Arrecadação do governo cai 4,1% em agosto, a terceira queda seguida em 2023
Dados foram divulgados pela Receita nesta quinta. Equipe econômica tenta elevar arrecadação para zerar déficit em 2024. Para isso, precisará aumentar receitas em R$ 168 bilhões. A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais registrou queda real (depois de descontada a inflação) de 4,1% em agosto deste ano. Segundo divulgado pela Receita Federal nesta quinta-feira (21), o montante arrecadado no mês passado foi de R$ 172,78 bilhões.
Esse foi o terceiro mês seguido de queda real da arrecadação em 2023. A comparação é feita sempre contra o mesmo mês do ano passado, considerada mais apropriada por especialistas.
Em junho, o recuo havia sido de 3,4% e, em julho, somou 4,2%.
De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, a queda dos preços de "commodities", como petróleo e minério de ferro, explicam o recuo da arrecadação neste ano.
Ele explicou que a arrecadação do Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas (empresas) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) caiu R$ 8,6 bilhões em agosto por conta desse fator.
O resultado só não foi pior porque a arrecadação do PIS/Cofins, impostos federais, subiu R$ 2,1 bilhões em agosto por conta da elevação dos tributos sobre os combustíveis anunciada pela equipe econômica.
Arrecadação também cai na parcial do ano
Com a nova redução real em agosto desse ano, a arrecadação do governo também registrou queda no acumulado de 2023.
Na parcial dos oito primeiros meses deste ano, o recuo foi de 0,83% contra o mesmo período de 2022.
De janeiro a agosto de 2023, foram arrecadados R$ 1,51 trilhão. Em valores corrigidos pelo IPCA, a arrecadação parcial de 2023 somou R$ 1,53 trilhão, contra R$ 1,54 trilhão no mesmo período de 2022.
De acordo com Claudemir Malaquias, da Receita Federal, a queda nos preços do minério de ferro e principalmente do petróleo neste ano, em comparação com 2022, gerou uma redução de cerca de R$ 30 bilhões no Imposto de Renda das empresas e na CSLL no acumulado dos oito primeiros meses deste ano.
“A queda na cotação das commodities, sobretudo do petróleo, no acumulado houve queda, e o fator câmbio, que também interfere, todo esse conjunto de fatores afeta o desempenho das empresas no país”, disse Malaquias.
Tebet diz acreditar em meta de déficit zero
Tentativa de zerar déficit
Os números foram divulgados em um momento de discussão pelo Congresso Nacional de medidas enviadas pelo governo federal para tentar elevar as receitas no orçamento de 2024.
O objetivo é buscar um déficit zero para as contas públicas – promessa da equipe econômica que foi incluída na proposta de orçamento do próximo ano.
Entre as medidas anunciadas, estão as mudanças no Carf, a taxação de fundos exclusivos e o fim do regime de juros sobre capital próprio.
O governo já informou que precisará de R$ 168 bilhões a mais para fechar as contas em 2024, mas, se a arrecadação continuar caindo, a obtenção do equilíbrio nas contas em 2024 será mais difícil.
Para especialistas ouvidos pelo g1, além de tentar aumentar receitas, equipe econômica precisa cortar gastos.
Leia mais
-
10:19:09 | G1
Rupert Murdoch anuncia que deixará a presidência da Fox Corporation e Fox News

Magnata de mídia informou sua saída em memorando aos funcionários, dando lugar ao filho mais velho, Lachlan Murdoch. Empresário se torna presidente emérito das empresas. Magnata Rupert Murdoch, em imagem de 2009.
Reuters
O empresário Rupert Murdoch anunciou nesta quinta-feira (21) que deixará o cargo de presidente da Fox Corporation e da Fox News. Ambas as posições em seu império de mídia serão ocupadas pelo seu filho mais velho, Lachlan Murdoch.
Durante toda a minha vida profissional, estive diariamente envolvido com notícias e ideias, e isso não vai mudar. Mas é o momento certo para assumir funções diferentes, sabendo que temos equipes verdadeiramente talentosas e um líder apaixonado e de princípios em Lachlan, que se tornará o único presidente de ambas as empresas.
Em comunicado oficial, a Fox informa que Murdoch se torna presidente emérito das empresas a partir da próxima Assembleia Geral Anual de Acionistas em meados de novembro. (veja a íntegra do texto abaixo)
Lachlan Murdoch participa da conferência de mídia anual da Allen and Co. Sun Valley, Idaho
REUTERS/Brendan McDermid/File Photo
“Em nome dos conselhos de administração da Fox e da News Corp, das equipes de liderança e de todos os acionistas que se beneficiaram de seu trabalho árduo, parabenizo meu pai por sua notável carreira de 70 anos”, disse Lachlan Murdoch em nota.
Lachlan passa a comandar um conglomerado de notícias, esportes e entretenimento por meio de marcas como Fox News Media, Fox Sports, Fox Entertainment, Fox Television Stations e Tubi Media Group. Não está claro se a mudança causará uma grande mudança na linha editorial conservadora a qual a Fox se notabilizou.
Certo é que uma de suas principais funções de Lachlan será desanuviar as polêmicas recentes em torno do grupo, tanto pelo alinhamento estrito com o governo de Donald Trump e pautas de extrema-direita, como por polêmicas internas da rede de mídia.
Fox News fecha acordo com fabricante de urnas eletrônicas e evita processo por difamação
A carreira de Rupert Murdoch
Aos 92 anos, o australiano Rupert Murdoch é um dos principais magnatas de mídia do mundo, empresário do setor desde os anos 1950. Hoje, a fortuna de Murdoch passa dos US$ 17,3 bilhões, de acordo com a revista Forbes.
Seu pai Keith Murdoch faleceu em 1952, deixando a ele o jornal australiano The News. Junto com a empresa, passou ao Conselho da News Limited, uma empresa pública de mídia que comandava o segundo maior jornal da cidade de Adelaide.
Em 1954, assumiu o controle da News Limited, onde comandou a expansão para a TV. Em 1959, fundou, dentro do guarda-chuva da empresa, a Southern Television Corporation, que licenciou o primeiro canal da cidade, o Channel 9 Adelaide.
Nos anos 1960, a News Limited passou a investir em aquisição de outras empresas de mídia na Austrália e passou também pelo início de sua expansão internacional. Em 1964, a empresa criou o primeiro jornal nacional do país, The Australian. No fim da década, a News Limited abriu escritório no Reino Unido e efetivou a compra dos jornais News of the World e The Sun.
Já nos anos 1970, a ampliação da empresa chega aos Estados Unidos com a compra de jornais em San Antonio. Em 1974, Murdoch introduziu o sistema consagrado dos tablóides no país, com o lançamento do jornal The Star.
O próximo passo, em 1976, foi a compra do jornal New York Post. Um ano depois, foi a vez da New York Magazine e do The Village Voice.
Em 1980, Murdoch transforma a News Limited na holding News Corporation. A nova empresa segue com a estratégia de compras de concorrentes para expandir o império de mídia. O principal foi o jornal The Sunday Times.
Em 1981, houve a entrada na edição de livros, com compra de uma fatia da Collins Publishing. Com a aquisição da Harper & Row anos depois, uma fusão entre elas deu origem à HarperCollins em 1990.
Mas, ainda em 1985, a News Corporation fez uma de suas expansões mais importantes, com a aquisição da Twentieth Century Fox Film Corporation. Foi a entrada de Murdoch como executivo proeminente em Hollywood.
A News Corporation segue adquirindo estações de TV nos EUA para criar a Fox Broadcasting em 1986. Dali saíram produções lendárias da história da TV, como "Os Simpsons", "Beverly Hills, 90210" e "Arquivo X".
Lachlan Murdoch e Rupert Murdoch chegam para o TIME 100 Gala em Nova York, em abril de 2015
REUTERS/Brendan McDermid/File Photo
No fim da década, Murdoch também conduz o lançamento da primeira TV via satélite do Reino Unido, a Sky. Dentro do pacote, também foi lançado o Sky News, primeiro canal de notícias 24 horas da Europa. Já na década de 1990, a empresa adquiriu os direitos de transmissão da liga de futebol inglesa, a Premier League. O negócio deu origem à criação do canal Sky Sports.
A aquisição de direitos esportivos inspirou Murdoch a replicar o modelo nos Estados Unidos. Em 1993, a Fox Broadcasting conseguiu os direitos de transmissão para o ano seguinte da liga de futebol americano, a NFL. Em 1994, então, estreou a Fox Sports.
Também foi trazido para os EUA o modelo de notícias 24 horas. Em 1996, Murdoch estreia mais uma das estrelas de seu império, a Fox News. Quatro anos depois, o canal assumiu a liderança no serviço de notícias do país.
Já em 2007, Murdoch expandiu sua aposta para o setor de informação financeira em tempo real com a criação do canal Fox Business, além da compra e integração da empresa Dow Jones. Assim, o império se destrinchou em um dos mais importantes veículos de imprensa no setor, o jornal The Wall Street Journal.
Robert A. Iger, CEO da Disney (à esquerda), e Rupert Murdoch, dono do 21st Century Fox, Rupert Murdoch.
Walt Disney Company
Em 2013, Murdoch dividiu seu império em dois. A News Corp passou a comandar títulos como o Wall Street Journal, The New York Post, The Australian e outros ativos digitais. Já a 21st Century FOX incluía a 20th Century Fox, Fox Network, Fox News, Fox Sports, Fox Television Stations, FX e National Geographic.
Cinco anos depois, em 2017, a 21st Century Fox foi vendida por US$ 71,3 bilhões para a Disney. Murdoch manteve a propriedade da Fox News e do Fox Sports 1 (FS1), reunidos sob a FOX Corporation.
O último movimento importante do grupo foi em 2020, quando a Fox Corporation adquire o serviço de streaming Tubi.
Controvérsias da Fox News
O apresentador da 'Fox News' Tucker Carlson, que se posicionou fortemente contra a vacina da Covid-19 e veio ao Brasil entrevistar Jair Bolsonaro para um documentário.
AP
Principalmente desde a eleição de Donald Trump, a Fox News se tornou uma ampla rede de apoio para o governo, principalmente nos programas de opinião comandados por Tucker Carlson, Sean Hannity e Laura Ingraham.
Carlson foi apresentador do programa de maior audiência da TV a cabo americana, e também a voz do conservadorismo e da direita no país. Como disse a comentarista Sandra Cohen em seu blog no g1, destilava "diariamente no horário nobre da Fox News uma realidade alternativa e catastrófica em temas como imigração, aborto, vacinas, máscaras e violência armada".
O âncora deixou a Fox News neste ano, e a suspeita é de que sua demissão tenha relação justamente com propagação de notícias falsas.
Em 2021, a empresa Dominion Voting Systems, fabricante de urnas eletrônicas, entrou com um processo por difamação contra a Fox News. O canal afirmou que dispositivos ajudaram Biden e os democratas a "roubarem a eleição”.
Mensagens anexadas ao processo mostraram o funcionamento interno da rede de TV a cabo, com conversas acaloradas para lidar com a tentativa de Trump de anular os resultados das eleições de 2020.
As trocas mostram a opinião de altos executivos da Fox, Carlson e Murdoch inclusive, que duvidavam das acusações feitas pelos Republicanos, mas decidiram as colocar no ar. Murdoch admitiu em uma declaração apresentada ao caso que alguns âncoras "endossaram" no ar a falsa alegação de que a eleição de 2020 foi roubada de Trump.
Neste ano, o canal teve que entrar em acordo com a Dominion Voting Systems, e pagar US$ 787,5 milhões para não ir a julgamento. Nos trâmites desse acordo, Carlson acabou demitido da emissora.
As revelações provocaram protestos do lado de fora da sede da Fox News
REUTERS
Além da linha editorial, a Fox News enfrentou problemas com seus grandes nomes. O caso mais marcante foi o ex-presidente da Fox News, Roger Ailes. Em 2016, Gretchen Carlson, ex-âncora da Fox News, processou Ailes por assédio sexual, alegando que o ex-chefe a demitiu indevidamente depois de ela ter rechaçado anos de avanços não desejados.
Carlson, de 50 anos, disse no processo que Ailes, ex-consultor republicano que transformou a rede de TV Fox News no canal de notícias a cabo mais visto nos Estados Unidos, tirou-a do programa matutino “Fox & Friends” em 2013 e cortou o salário dela porque ela se recusava a ter uma relação sexual com ele. A acusação gerou a renúncia de Ailes, em julho daquele ano.
Ailes, fez um acordo com a ex-apresentadora. Ela recebeu US$ 20 milhões, segundo o relato de uma fonte que pediu anonimato à Associated Press. Em um comunicado, a 21st Century, proprietária do canal, afirmou que "lamenta e pede desculpas porque Gretchen não foi tratada com o respeito e a dignidade que ela e todos os nossos colegas merecem". O executivo morreu em maio de 2017.
Ex-âncora da Fox News acusa presidente do canal de assédio sexual
Já em 2017, o apresentador da Fox News Bill O'Reilly foi acusado de assédio sexual por várias mulheres. Trump, inclusive, saiu em defesa do âncora à época.
Bill O'Reilly e a Fox News desembolsaram US$ 13 milhões para estas cinco mulheres em troca de seu silêncio e de não apresentar processos contra a estrela da emissora. "The O'Reilly Factor" era de longe o programa mais visto nas emissoras de informação nos Estados Unidos, com uma média de 3,98 milhões de espectadores no primeiro trimestre de 2017.
Em um comunicado publicado após a informação do "New York Times", O'Reilly não negou diretamente as acusações, mas disse que "como todas as personalidades visíveis e controvertidas, sou vulnerável a denúncias de indivíduos que querem que pague para defender minha reputação".
Âncora do canal a cabo Fox News é demitido por causa de processos por assédio sexual
Veja o comunicado da Fox
Seguindo uma carreira que começou há quase 70 anos em 1954, a Fox Corporation (“FOX”) (Nasdaq: FOXA, FOX) e a News Corporation (“News Corp”) (Nasdaq: NWS, NWSA; ASX: NWS, NWSLV) anunciam hoje que Rupert Murdoch está deixando o cargo de presidente do conselho das empresas a partir da próxima Assembleia Geral Anual de Acionistas de cada empresa em meados de novembro.
O Sr. Murdoch será nomeado presidente emérito de cada empresa. Após as Assembleias Gerais Anuais, Lachlan Murdoch se tornará o único presidente da News Corp e continuará como presidente executivo e diretor executivo da Fox Corporation.
“Em nome dos conselhos de administração da Fox e da News Corp, das equipes de liderança e de todos os acionistas que se beneficiaram de seu trabalho árduo, parabenizo meu pai por sua notável carreira de 70 anos”, disse Lachlan Murdoch.
“Agradecemos a sua visão, o seu espírito pioneiro, a sua determinação inabalável e o legado duradouro que deixa às empresas que fundou e às inúmeras pessoas que impactou. Estamos gratos por ele atuar como presidente emérito e sabemos que continuará a fornecer conselhos valiosos para ambas as empresas.”
Leia mais
-
10:01:57 | G1
GM, Ford e Stellantis ficam sob pressão para avanço em negociações com metalúrgicos nos EUA

O impasse está alimentando preocupações sobre uma paralisação prolongada que poderia interromper a produção das três grandes de Detroit. O presidente do sindicato norte-americano de metalúrgicos United Auto Workers (UAW), Shawn Fain, disse em vídeo que anunciaria uma expansão das greves caso não ocorra um "progresso sério" nas negociações. Produção de veículos na fábrica da Stellantis em Goiana (PE)
Divulgação/Stellantis
O sindicato norte-americano de metalúrgicos United Auto Workers (UAW) e as montadoras GM, Ford e Stellantis têm nesta quinta-feira (21), um último dia para fazerem progressos significativos na negociação de contratos salariais antes que a entidade trabalhista anuncie uma expansão de greves pelos Estados Unidos.
O impasse está alimentando preocupações sobre uma paralisação prolongada que poderia interromper a produção das três grandes de Detroit, repercutir na cadeia de suprimentos e prejudicar o crescimento econômico dos EUA.
Na semana passada, o UAW lançou greves simultâneas sem precedentes em três importantes fábricas de veículos da General Motors, da Ford e da Stellantis.
Trabalhadores das três maiores montadoras de veículos dos EUA (Ford, Stellantis e General Motors) entraram em greve em 15 de setembro de 2023 por melhores pagamentos e estabilidade no emprego; a paralisação simultânea é inédita na história do sindicato da categoria, criado há 88 anos
Paul Sancya/AP
Na quarta-feira (20), a Stellantis juntou-se a GM e a Ford e dispensou alguns funcionários de outras fábricas devido aos efeitos das greves, incluindo escassez de peças, restrições de armazenamento e outros problemas.
O presidente do UAW, Shawn Fain, disse em um vídeo divulgado no final da segunda-feira (18) que anunciaria uma expansão das greves na tarde de sexta-feira (22), a menos que ocorra um "progresso sério" nas negociações. "Não estamos brincando", disse ele na ocasião.
O mercado espera que os trabalhadores vinculados ao UAW façam uma manifestação em uma das duas fábricas da Ford em Louisville, Kentucky, na noite desta quinta-feira (21), em apoio aos funcionários em greve em outras fábricas.
O presidente-executivo da Ford, Jim Farley, disse anteriormente que a fábrica de picapes de Kentucky, que monta os modelos da série F, é a unidade produtiva mais lucrativa da empresa no mundo.
Analistas esperam que as fábricas que montam picapes de alta margem de lucro, como a F-150, da Ford; a Chevy Silverado, da GM, e a Ram, da Stellantis, sejam os próximos alvos se a paralisação continuar.
Fain afirma que as montadoras de Detroit não compartilharam seus lucros com os trabalhadores, optando por enriquecer executivos e investidores.
Na quarta-feira (20), o presidente da GM, Mark Reuss, rejeitou as alegações do sindicato de que os lucros recordes das montadoras são destinados a alimentar a "ganância corporativa", dizendo que eles foram reinvestidos em veículos elétricos e também em carros movidos a gasolina.
No artigo de opinião publicado no Detroit Free Press, Reuss também chamou de "insustentáveis" as exigências do UAW de um aumento salarial de 40%, sinalizando que os dois lados permanecem distantes. As três montadoras propuseram aumentos de 20% em um período de quatro anos e meio.
Os trabalhadores do UAW também querem acabar com uma estrutura salarial escalonada que, segundo eles, criou uma grande diferença entre os funcionários mais novos e os mais velhos, forçando alguns a trabalhar em dois empregos para sobreviver.
A S&P disse que é altamente provável que as greves durem várias semanas, podendo reduzir o produto interno bruto dos EUA no terceiro trimestre em 0,39% e causar "transtornos" nas cadeias de suprimentos automotivas globais.
Leia mais
-
09:03:15 | G1
Dólar passa de R$ 4,90, após nova queda da Selic e repercutindo Fed; Ibovespa tem forte queda

Na véspera, a moeda norte-americana avançou 0,15%, vendida a R$ 4,8800, enquanto a bolsa subiu 0,72%, aos 118.695 pontos. Copom deve reduzir a Selic, taxa básica de juros, nesta Super Quarta.
Freepik
O dólar opera em alta nesta quinta-feira (21), com as primeiras reações de investidores à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros do Brasil na noite de ontem. A Selic passou de 13,25% para 12,75% ao ano.
Analistas também avaliam a decisão de política monetária nos Estados Unidos . Por lá, o Fed optou por manter suas taxas de juros inalteradas entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas indicou a possibilidade de novas altas nas próximas reuniões.
Na esteira dos eventos, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera com queda relevante. Veja abaixo.
Dólar
Às 15h19, a moeda norte-americana operava em alta de 0,99%, cotada a R$ 4,9281. Na máxima do dia, o dólar chegou aos R$ 4,9338. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar fechou com alta de 0,35%, vendido a R$ 4,8725.
COMERCIAL X TURISMO: qual a diferença entre a cotação de moedas estrangeiras e por que o turismo é mais caro?
Com o resultado, a moeda passou a acumular:
Alta de 0,19% na semana;
Quedas de 1,41% no mês;
Queda de 7,54% no ano.
Ibovespa
Às 15h19, o Ibovespa tinha forte baixa de 1,59%, aos 116.809 pontos. A queda do índice tem a influência de diversos setores, mas cabe destacar a forte desvalorização das empresas de consumo doméstico neste pregão, como varejistas e construtoras de baixa renda.
No mesmo horário, as ações do Magazine Luiza, do Grupo Soma e da construtora MRV caíam mais de 5%.
Além dessas, os bancos vivem um dia de baixas expressivas após a decisão de política monetária do Copom.
Na véspera, o índice fechou o dia em queda de 0,37%, aos 117.846 pontos.
Com o resultado, passou a acumular:
queda de 0,05% na semana;
e altas de 2,55% no mês e de 8,17% no ano.
Copom reduz taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano
DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
O que está mexendo com os mercados?
Os investidores seguem com a atenção voltada para os dados econômicos do Brasil e dos EUA divulgados na quarta-feira (20).
No Brasil, o Banco Central realizou o segundo corte do ciclo de quedas da taxa básica de juros. No comunicado, o colegiado indicou que a decisão aconteceu diante do processo de desinflação, dos cenários econômicos avaliados no Brasil e no exterior e do balanço de riscos.
Segundo especialistas consultados pelo g1, foi a de que o colegiado reconheceu a melhora dos indicadores de inflação e da atividade econômica brasileira, mas que ainda ponderou a necessidade de execução das metas fiscais do país.
Para as próximas reuniões, o BC informou que a decisão de cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual (p.p.) é "compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta no horizonte relevante" e destacou que caso o cenário esperado pelo comitê seja confirmado, a expectativa é que novas reduções da mesma magnitude aconteçam nas próximas reuniões.
Agora, os agentes aguardam a divulgação da Ata do Copom para entender a avaliação do BC para o ritmo de cortes da taxa básica de juros. No boletim Focus, os economistas do mercado financeiro esperam para o fim de 2023, uma taxa Selic de 11,75% ao ano. Para o fechamento de 2024, a projeção é 9% ao ano.
Nos EUA, o FOMC (Comitê de Política Monetária do Fed, o Banco Central americano) manteve a taxa de juros inalterada com intervalo de 5,25% a 5,50%.
Apesar da manutenção, os dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) indicaram que uma nova alta das taxas pode acontecer até o final do ano, sinalizando que a política monetária mais restritiva também deve se estender para 2024.
Nesta manhã, o Banco da Inglaterra (BoE) decidiu interromper uma longa série de aumentos da taxa de juros nesta quinta-feira. O Comitê de Política Monetária do banco central votou por 5 a 4 para manter a taxa de juros em 5,25%.
A ala derrotada votou por um aumento da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, como chegou a projetar o mercado financeiro. Foi a primeira vez desde dezembro de 2021 que o Banco da Inglaterra não aumentou os custos de empréstimos.
"Há sinais crescentes de algum impacto da política monetária mais apertada sobre o mercado de trabalho e sobre a dinâmica da economia real de forma mais geral", disse o comitê em comunicado.
O crescimento recorde dos salários dos trabalhadores tem sido uma grande preocupação para o banco central, mas a decisão foi de manter os juros em meio à desaceleração da economia britânica.
Leia mais
-
09:00:54 | G1
Famurs busca aproximar prefeitos gaúchos com programação especial na ExpoInter

Federação promove encontros e debates sobre diversas áreas técnicas para dirigentes municipais. A 46ª ExpoInter ocorreu entre 24 de agosto e 1º de setembro em Esteio. A feira de agropecuária do Rio Grande do Sul segue impactando o setor, alcançando números importantes para o ramo. Neste ano, o evento recebeu 822.340 visitantes e comercializou R$ 12,8 milhões de animais – batendo a marca da edição anterior, de R$ 12,5 milhões.
Durante a feira, são realizadas diversas atividades e conferências entre instituições renomadas do segmento. A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) preparou uma programação recheada de atrações e encontros para os gestores municipais.
“Promovemos uma intensa programação durante toda a semana da feira, contabilizando a presença de mais de mil pessoas entre todas as atividades. Aproveitamos a forte presença dos gestores municipais para discutir pautas de interesse municipalista em diversas áreas, como saúde, educação, cultura e turismo, além do foco principal do evento, a agricultura e o desenvolvimento rural”, relata o presidente da Famurs, Luciano Orsi.
Acesse o site da Famurs para saber mais sobre a federação
Famurs na 46ª ExpoInter
O destaque desta edição foi a Assembleia Geral de Prefeitos, tradicional encontro realizado anualmente pela Famurs na ExpoInter. Durante o evento, o presidente Luciano Orsi fez uma prestação de contas da Gestão 2023/2024, com os principais temas tratados e as ações desenvolvidas pela entidade até o momento. O profissional falou sobre a atuação para auxiliar os municípios atingidos pelos ciclones extratropicais e a realização da Missão Municipalista.
A cerimônia contou com mais de 400 pessoas e foi escolhida pelo governador Eduardo Leite para ser o local de lançamento de um programa de incentivos às parcerias público-privadas nos municípios, o Programa Impulsiona RS.
Entre as autoridades presentes, encontravam-se o prefeito de Esteio e anfitrião da feira, Leonardo Pascoal; o diretor administrativo da Farsul e ex-prefeito de Triunfo, Francisco Schardong; o secretário de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes; o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski; o presidente do TCE, conselheiro Alexandre Postal; e o subprocurador-geral de Justiça, Luciano Vaccaro.
Jantar dos Prefeitos
Além disso, o Jantar dos Prefeitos, outro evento importante promovido pela Famurs, reuniu mais de 600 representantes dos executivos municipais gaúchos e autoridades. Entre eles estavam o governador Eduardo Leite e o secretário de Comunicação Institucional da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Maneco Hassen.
O tradicional jantar também foi escolhido pelo governo do Estado para o sorteio de agosto dos prêmios do programa Nota Fiscal Gaúcha (NFG). No total, foram distribuídos R$ 700 mil em prêmios para os consumidores participantes, com a quantia principal no valor de R$ 50 mil para o contribuinte sorteado.
Entre as autoridades presentes, e que fizeram uso da palavra, estavam o presidente da Assembleia Legislativa, Vilmar Zanchin, e o secretário de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes.
“O Jantar dos Prefeitos é um grande momento de confraternização entre os gestores. Sobretudo porque ocorre depois de um encontro produtivo, a Assembleia Geral de Prefeitos, em que discutimos e alertamos sobre pautas e pontos de alerta para os municípios gaúchos. O tradicional evento proporciona que os gestores, de forma mais descontraída, conversem e troquem experiências”, destaca Orsi.
Casa Famurs
Este ano, a abertura oficial da Casa Famurs foi feita no primeiro dia de feira. Durante o lançamento, a Federação realizou o novo posicionamento institucional da Gestão 2023/2024. O conceito “Valorizar cada município, fortalecer todos” foi apresentado para autoridades, instituições parceiras e imprensa, simbolizando a missão do presidente em construir uma gestão de portas abertas e cada vez mais próxima dos municípios gaúchos. Na oportunidade, também foi divulgada a 6ª edição da Revista Famurs, com o resumo das principais pautas da entidade em defesa das cidades.
“Nosso objetivo é ampliar a discussão e atualizar os gestores técnicos em pautas latentes, que estão em tramitação e que geram impactos relevantes, especialmente financeiros, aos municípios gaúchos. Aproveitamos a grande presença dos prefeitos e suas equipes técnicas na ExpoInter, tornando a Casa Famurs no ponto de encontro e troca de informações”, complementa o executivo.
Encontros e trocas de experiências
Ao longo dos dias, a Famurs promoveu diversos encontros técnicos para os dirigentes municipais e participantes da feira. Na segunda-feira (28/8), os responsáveis das áreas de Fazenda e Finanças se reuniram para tratar da reforma tributária, debatendo os integrados e a terceirização. Na parte da tarde, neste mesmo dia, o Grupo Condutor da Assistência Farmacêutica se juntou para discutir o financiamento de ações do segmento no Rio Grande do Sul.
No dia seguinte (29/8), a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), em parceria com a Famurs, realizou um encontro para falar da municipalização do Ensino Fundamental. Mais tarde, a Casa da Federação recebeu os dirigentes do turismo, que debateram sobre o desenvolvimento do turismo gaúcho, com foco na área rural.
Após a Assembleia, em 30 de agosto, as autoridades municipais se uniram para conversar sobre as diversas funções e habilidades que as mulheres desempenham na carreira política.
Na quinta-feira (31/8), os gestores dos municípios sem acesso asfáltico realizaram um encontro, em busca de investimentos para a pavimentação de rodovias. Depois, os setores de Agricultura e Meio Ambiente abordaram as políticas do agro nas cidades, tratando dos desafios e projetos do ramo.
Por fim, em 1º de setembro, a Casa Famurs encerrou as atividades nas áreas técnicas com um evento para os gestores do setor de Cultura. Nessa reunião, foram discutidas a institucionalização do setor nos municípios por meio das políticas públicas.
“Com essa programação, nosso objetivo foi aproximar a Famurs dos prefeitos e prefeitas gaúchos que passam pela feira, promovendo a integração dos gestores, a troca de experiências, além da qualificação das áreas técnicas e de suas prefeituras. Nossa Casa esteve aberta para receber dirigentes municipais, autoridades e importantes personalidades que, assim como a Famurs, lutam pelo fortalecimento do municipalismo”, enfatiza o presidente.
Siga a Famurs nas redes sociais para ficar por dentro das novidades
Leia mais
-
07:01:03 | G1
Desenrola: fase dos leilões começa na segunda; expectativa é renegociar até R$ 79 bilhões de dívidas
Esse volume abrange apenas as dívidas de até R$ 5 mil reais. Interessados precisam ter conta gov.br A próxima fase do Desenrola, programa criado pelo governo federal para a renegociação de débitos, terá início na próxima segunda-feira (25), de acordo com o Ministério da Fazenda.
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 no WhatsApp
Será a etapa dos leilões, em que as empresas inscritas no programa deverão informar quanto de desconto estão dispostas a conceder para cada consumidor. Quem oferecer os maiores descontos terá a garantia do programa. A média do desconto mínimo será de 58%.
Os leilões serão feitos por lotes, de forma a agrupar dívidas de perfis semelhantes. Por exemplo: setor de atuação da empresa (como água, energia e telefone), valor das dívidas, tempo de negativação, entre outros.
Segundo o ministério, poderão ser renegociados quase R$ 79 bilhões de dívidas de até R$ 5 mil, beneficiando cerca de 30 milhões de pessoas.
G1 em 1 Minuto: Nova fase do programa Desenrola renegociará dívidas de até R$ 5 mil
Neste momento, o objetivo do Desenrola é renegociar as dívidas do público da faixa 1, composta por quem:
tem renda de até R$ 2.640 (dois salários mínimos) ou está inscrito no Cadastro Único do governo federal (CadÚnico) e
tem dívidas de até R$ 5 mil negativadas até 31 de dezembro de 2022.
A pasta ainda não informou a data em que a plataforma do programa estará disponível para as pessoas interessadas na renegociação.
A previsão inicial da equipe econômica era realizar o leilão de dívidas ainda nesta semana e abrir a plataforma no final de setembro.
Porém, o leilão foi adiado para a próxima segunda (25) porque empresas inscritas no programa pediram mais tempo para se prepararem antes da próxima fase. Por conta desse adiamento do leilão, a nova expectativa do governo é abrir a plataforma para o público na primeira semana de outubro.
Por enquanto, os interessados devem se inscrever no gov.br. Sem esse cadastro, não será possível acessar o sistema para realizar a renegociação.
Dívidas de até R$ 20 mil
Uma portaria publicada nesta quinta-feira (21) em edição extra do Diário Oficial disciplinou que dívidas de até R$ 20 mil poderão participar dos leilões.
Ou seja, as empresas poderão participar do leilão e oferecer descontos para dívidas de até 20 mil, mas nem todas as renegociações terão a garantia do programa.
Como o governo reservou apenas R$ 8 bilhões para o Fundo Garantidor de Operações (FGO), que vai cobrir eventuais inadimplências nas operações, a prioridade serão as dívidas de até R$ 5 mil.
Quanto maiores os descontos propostos pelas empresas, mais dívidas poderão ter a garantia do programa. Para o consumidor, a vantagem disso é que poderá pagar a dívida com desconto em até 60 meses, com juros de até 1,99% ao mês.
A estimativa do ministério é renegociar cerca de R$ 161 bilhões, considerando todas as dívidas de até R$ 20 mil inscritas no programa.
Tramitação no Congresso
O governo enfrenta ainda outro dilema: a medida provisória que criou o programa vence no início de outubro.
Devido a uma discordância entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quanto à forma de tramitação das MPs, o conteúdo da matéria foi transferido para um projeto de lei - que ainda aguarda análise pelo Senado Federal.
Técnicos do Ministério da Fazenda e do governo no Senado explicaram que, se o parlamento não concluir a análise do tema até dia 03 de outubro, o programa vai parar em um "limbo jurídico".
Apesar disso, o ministério diz que manterá o cronograma previsto para o Desenrola.
Leia mais
-
06:51:40 | G1
Alckmin sanciona com vetos lei que dá vantagem ao governo em caso de empate no Carf

Projeto dá voto decisivo aos presidentes das turmas em caso de empate. Cargos são indicados pela União e ocupados por representantes da Fazenda. Presidente em exercício, Geraldo Alckmin sancionou lei do Carf
Cadu Gomes/VPR
O governo federal sancionou com vetos, nesta quinta-feira (21), a lei que determina o retorno do voto de qualidade no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Na prática, a lei dá mais poder à União e a equipe econômica estima a possibilidade de arrecadar até R$ 50 bilhões com a medida.
O texto foi sancionado pelo vice-presidente e presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB) – pela viagem de Lula à ONU. Segundo o texto, os casos de julgamento com empate terão voto decisivo (voto de qualidade) dos presidentes das turmas da Câmara Superior de Recursos Fiscais, das câmaras, das suas turmas e das turmas especiais.
Entenda o que é o Carf e quais suas atribuições
Esses cargos são indicados pela União e ocupados por representantes da Fazenda, conforme determina lei de 1972.
O Carf surgiu em maio de 2009 com a fusão de três conselhos e tem como função julgar disputas entre governo e contribuintes sobre impostos e é formado por representantes tanto da Fazenda quanto dos contribuintes.
Contando titulares e suplentes, o Carf tem 90 conselheiros, divididos em três seções.
O que diz a lei
A lei foi aprovada no Senado em 30 de agosto e aguardava sanção presidencial. À época, os senadores não mudaram o conteúdo da versão aprovada pela Câmara em julho.
Alckmin sancionou trecho da lei que exclui multas e cancela representações fiscais em casos de crimes contra a ordem tributária e contra a previdência social se o processo no Carf for resolvido a favor da Fazenda pelo voto de qualidade.
Entre os vetos, Alckmin retirou da lei artigo que determinava envio de litígio entre autoridades fiscais ou aduaneiras e órgãos reguladores para a Câmara de Mediação e de Conciliação da Administração Pública Federal.
Outro trecho vetado dava ao Procurador-Geral da Fazenda Nacional o poder de regulamentar o artigo 3, que versa sobre créditos inscritos em dívida ativa da União em discussão judicial.
Foram barrados na íntegra as partes que alteravam parte da Lei de Execução Fiscal, sobre garantias apenas do valor principal atualizado da dívida a quem tiver dívida executada pela União; e artigo que determinava à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil disponibilizar métodos preventivos para a autorregularização de tributos.
[Esta reportagem está em atualização]
Leia mais
-
06:01:29 | G1
Confira as vagas de emprego disponíveis em Petrolina, Araripina e Salgueiro nesta quinta-feira (21)

As vagas são disponibilizadas diariamente pela Agência do Trabalho de Pernambuco. Carteira de Trabalho e Previdência Social
Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Agência de Trabalho de Pernambuco divulgou as vagas de emprego disponibilizadas paras os municípios de Petrolina, Araripina e Salgueiro , no Sertão de Pernambuco, nesta quinta-feira (21). As oportunidades são atualizadas diariamente pelo g1 Petrolina.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Concursos no WhatsApp.
Os interessados nas oportunidades podem entrar em contato com a Sedepe através da internet. O atendimento na agência de Salgueiro é feito a partir de um agendamento prévio, feito pelo site da secretaria. Em Petrolina e Araripina basta ir até a Agência de Trabalho.
Petrolina
Contato: (87) 3866 - 6540
Vagas disponíveis
Salgueiro
Contato: (87) 3871 - 8467
Vagas disponíveis
Araripina
Contato: (87) 3873 - 8381
Vagas disponíveis
Vídeos: mais assistidos do Sertão de PE
Nova lei da igualdade salarial: saiba os principais pontos
Leia mais
-
05:40:52 | G1
De onde vem o que eu como #57: Sorvete

Episódio explica a história da sobremesa e conta qual é a diferença entre gelato e sorvete. Conheça a produção de gelato agrícola. CLIQUE ACIMA PARA OUVIR
Você pode ouvir o "De onde vem o que eu como" no Globoplay, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Deezer ou na sua plataforma de áudio preferida. Assine ou siga o “De onde vem” para ser avisado sempre que tiver novo episódio.
O sorvete já existia muito antes da geladeira. Mas como isso é possível? O podcast explica!
Neste episódio do podcast De onde vem o que eu como, você vai conhecer:
A história do sorvete e quais são os ingredientes principais;
A diferença entre sorvete e gelato;
A produção de gelato agrícola e o que esse termo quer dizer.
E mais: será que podemos consumir sorvete todo dia? É só clicar no play para ficar sabendo!
O podcast '"De onde vem o que eu como" é produzido por: Mônica Mariotti, Luciana de Oliveira, Carol Lorencetti e Eto Osclighter.
Apresentação deste episódio: Luciana de Oliveira e Carol Lorencetti.
DE ONDE VEM: veja os vídeos da série
SORVETE: saiba como fazer a sobremesa gelada com receitas simples e fáceis
O sorvete já existia antes da invenção da geladeira.
Emile Mbunzama / Unsplash
🎧OUÇA OUTROS EPISÓDIOS:
Sorvete é o tema do 57º episódio do podcast 'De onde vem o que eu como'.
Comunicação/Globo
Leia mais
-
05:30:56 | G1
Camarão entre os mais saborosos do mundo tem mais de 30 cm e custa R$ 400 por quilo: 'Raridade'

De tamanho avantajado e cor intensa, camarão-carabineiro vive em grandes profundidades. No Brasil, apenas uma embarcação é capaz de capturá-lo em volume comercial. Em São Paulo, quilo do camarão-carabineiro custa em média R$400
Manoel Cordeiro/ Arquivo Pessoal
A coloração avermelhada da casca é apenas um entre tantos atributos do crustáceo que é considerado um dos mais saborosos do mundo. Com mais de 30 centímetros de comprimento, o camarão-carabineiro se tornou o ingrediente do momento na alta gastronomia.
Consumido por completo - das patas às vísceras - o crustáceo tem um sabor intenso e adocicado que desperta nas papilas gustativas o quinto paladar: o umami. Caracterizado pelo prolongamento da gustação e aumento da salivação, o sabor foi reconhecido cientificamente nos anos 2000.
DE ONDE VEM - confira curiosidades sobre os camarões
As particularidades da espécie justificam o preço extravagante de venda no Brasil, que pode chegar a R$ 400 por quilo, mas não são as únicas razões. O "gigante do mar", batizado cientificamente de Aristaeopsis Edwarsiana, habita em quase mil metros de profundidade do oceano.
Por conta da condição especial de pesca, no Brasil, apenas uma embarcação é capaz de içar os camarões em volume comercial. Em atividade desde o começo deste ano, em Navegantes (SC), o barco "Cordeiro de Deus" possuiu motores extras e funciona como uma unidade fabril a bordo.
Com 27 metros de comprimento e estrutura industrial, o barco é apropriado para fazer viagens longas, sem prejudicar a qualidade dos pescados.
No Brasil, apenas uma embarcação capaz de capturar o camarão-carabineiro em volume comercial
Manoel Cordeiro/ Arquivo Pessoal
Barco fábrica 🚢
A embarcação foi desenvolvida por Manoel Cordeiro, que desde a infância esteve envolvido com a atividade de pesca. Ao g1, ele explicou que levou quase quatro anos para concluir a construção do barco.
"Depois que conheci o carabineiro, li alguns estudos e vi que era promissor (...) Não tenho noção de quanto investi, mas é um orgulho ver o barco funcionando. Foram anos de dedicação. Comprei as peças de pouco em pouco", conta o pescador, que administra os negócios com a ajuda da família.
Camarão: saiba por que alimento tem alto potencial para alergias
Com uma rede de pesca que alcança o fundo do oceano, o barco se afasta quase cem milhas da costa e segue até Cabo Frio (RJ). A cada viagem, que dura em média 30 dias no mar, Manoel recolhe quase cinco toneladas do crustáceo.
Após a captura, imediatamente os camarões são higienizados, embalados e congelados, prontos para serem entregues aos fornecedores.
Manoel Cordeiro levou quatro anos para construir embarcação especial
Manoel Cordeiro/ Arquivo Pessoal
Rei dos camarões 💸
No estado de São Paulo, o carabineiro é o ingrediente do momento na alta gastronomia.
Em um famoso restaurante localizado em Pinheiros, região nobre da capital paulista, o crustáceo é aproveitado por completo em três preparos: caldo especial feito com a cabeça, a carcaça recheada com tartare de camarão, releitura do clássico " chuchu com camarão carioca" e o lombo grelhado no carvão.
Assista abaixo: g1 prova o peixe mais caro do mundo
g1 prova peixe mais caro do mundo
"O carabineiro tem um sabor mais doce do que as outras espécies. Além disso, no interior dele, principalmente em relação à cabeça, o sabor é mais intenso. É isso o que torna ele um dos mais gostosos", afirma o chef Luiz Filipe Souza.
No restaurante, premiado com um estrela do Guia Michelin, o menu-degustação custa R$ 800 por pessoa.
Camarão-carabineiro virou o ingrediente do momento na alta gastronomia paulista
Chef Luiz Filipe Souza/ Evvai
Raridade das profundezas 🦐
Abundante na costa do Chile, o Aristaeopsis Edwarsiana passou a ser popularmente chamado de carabineiro por conta da sua coloração avermelhada, que se assemelha aos uniformes usados pelos soldados do grupo "Carabineiros do Chile".
Mas, além da estética, a cor intensa do crustáceo chama a atenção por outro motivo. Segundo Rogério Caetano da Costa, professor e especialista em zoologia dos invertebrados da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o vermelhidão é um truque desenvolvido por camarões de grande profundidade para despistar possíveis predadores.
"O fundo do mar é escuro e - normalmente - os predadores geram uma luz meio verde e azul para capturar as presas. Com a cor vermelha fica mais difícil de localizá-las", explica o professor.
Vermelhidão do camarão-carabineiros é um truque para despistar predadores, aponta professor da Unesp
Rogério Caetano da Costa/ Arquivo Pessoal
Ainda sobre os atributos físicos, Rogério afirma que o carabineiro é um dos maiores camarões já existentes. No geral, as fêmeas são as maiores, já que podem atingir 35 centímetros.
"Os carabineiros são uma verdadeira raridade das profundezas. Diante disso, vejo que é necessário que haja mais pesquisas para analisarmos essa exploração. Isso é importante para evitar o risco de extinção".
VEJA TAMBÉM:
📱DE ONDE VEM: veja os vídeos da série
De onde vem o que eu como: limão
De onde vem o que eu como: tilápia
De onde vem o que eu como: flores comestíveis
🎧DE ONDE VEM - OUÇA OUTROS EPISÓDIOS:
Leia mais
-
04:30:54 | G1
Novos cortes da Selic: entenda os recados deixados pelo BC após a reunião do Copom

Comitê anunciou um novo corte de 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira (20), levando a taxa básica para 12,75% ao ano, no menor patamar em 16 meses. Sede do Banco Central em Brasília
Raphael Ribeiro/BCB
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (20) mais um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) da taxa básica de juros (Selic), para 12,75% ao ano.
No comunicado, o colegiado indicou que a decisão aconteceu diante do processo de desinflação, dos cenários econômicos avaliados no Brasil e no exterior e do balanço de riscos.
A leitura, segundo especialistas consultados pelo g1, foi a de que o colegiado reconheceu a melhora dos indicadores de inflação e da atividade econômica brasileira, mas que ainda ponderou a necessidade de execução das metas fiscais do país.
✅Clique aqui para seguir o novo canal do g1 no WhatsApp.
Nessa reportagem, você vai entender os seguintes recados deixados pelo BC:
Desaceleração dos preços e resiliência da economia brasileira
Fatores de risco nos cenários de inflação
Importância das metas fiscais
De olho no ambiente internacional
O que esperar agora?
O que a redução da Selic muda para os juros cobrados do consumidor
Desaceleração dos preços e resiliência da economia brasileira
Entre os principais pontos trazidos pelo Copom estava a percepção sobre o atual cenário macroeconômico brasileiro — que, segundo especialistas, foi ponderado e não mudou drasticamente em relação aos sinais dados pelo colegiado na última reunião.
Em seu comunicado, por exemplo, o comitê reconheceu as recentes quedas da inflação subjacente (que desconsidera o impacto de fatores temporários ou preços muito voláteis), mas destacou a alta do indicador no acumulado de 12 meses.
De acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou um avanço de 4,61% nos 12 meses terminados em agosto — em julho, essa alta era de 3,99%.
Além disso, o BC também reconheceu que a atividade econômica brasileira tem apresentado uma resiliência maior do que o esperado anteriormente, mas afirmou que "o Copom segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres."
"O Banco Central manteve, a grosso modo, a sinalização anterior. De modo geral, o cenário macroeconômico veio em linha com a expectativa e o Copom manteve o plano de voo dele", afirmou a economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal.
Voltar ao início.
Fatores de risco nos cenários de inflação
Outro ponto abordado pelo colegiado foram os fatores de risco que ainda existem para o quadro inflacionário brasileiro. Entre os fatores de alta, por exemplo, o comitê destacou:
uma maior persistência das pressões inflacionárias globais;
e uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.
Já entre os riscos de baixa dos preços, os diretores do BC destacaram:
uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada;
e os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
Segundo o BC, as expectativas de inflação apuradas pelo Focus, relatório que reúne as projeções de diversas instituições financeiras para os principais indicadores econômicos do país, estão em 4,9% para 2023, 3,9% para 2024 e 3,5% para 2025.
Já as projeções do Copom em seu cenário de referência estão em 5,0% para 2023, 3,5% para 2024 e 3,1% em 2025. "As projeções para a inflação de preços administrados são de 10,5% em 2023, 4,5% em 2024 e 3,6% em 2025", completou o comunicado.
Voltar ao início.
LEIA TAMBÉM
'NESARA GESARA': Entenda como funcionava o golpe que prometia lucro de um 'octilhão' de reais e era praticado dentro de igrejas
SEM ENDEREÇO: Nômades digitais no mundo já somam 35 milhões e estimativa é que cheguem a 1 bilhão até 2035
Importância das metas fiscais
Segundo especialistas, a importância do controle do cenário fiscal também continua como um ponto de atenção por parte do Copom.
"Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas", disse o colegiado no comunicado.
Para o diretor responsável pela área de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, João Savignon, a inserção do debate sobre a importância da execução das metas fiscais tornou o comunicado "ligeiramente mais duro".
"Mesmo não sendo explícito, [esse recado] pode ser interpretado como mais um condicionante para o Copom acelerar o ritmo de cortes de juros à frente", disse o executivo.
"O Copom não colocou [a questão fiscal] no balanço de riscos, mas fez um alerta da importância de cumprir e perseguir as metas traçadas. Isso ajuda no processo de afrouxamento da política monetária, de cortes da Selic", acrescentou o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima.
Voltar ao início.
De olho no ambiente internacional
Por fim, outro recado importante deixado pelo BC diz respeito ao cenário internacional. No comunicado, por exemplo, o colegiado destacou que o ambiente externo se mostra "mais incerto", com a continuidade do processo de desinflação — mesmo com os indicadores subjacentes ainda elevados — e resiliência nos mercados de trabalhos de diversos países.
"Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas", disse o colegiado, destacando que notou a alta dos juros de longo prazo nos EUA e a perspectiva de menor crescimento na China, "ambos exigindo maior atenção por parte de países emergentes."
Segundo o analista de investimentos da Aware Investments Leandro Ormond, além de as Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) de 10 anos terem atingido o maior patamar desde 2007, a China, o principal parceiro comercial do Brasil, apresentou dados "decepcionantes no primeiro semestre".
Além disso, acrescenta ele, a inflação em níveis elevados na Europa também contribui para que haja uma interpretação por parte do mercado de que as taxas de juros ficarão altas por mais tempo.
Nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) decidiu manter a taxa básica do país inalterada entre o intervalo de 5,25% e 5,50%. A instituição sinalizou, no entanto, que uma nova alta dos juros deve vir à frente e que a política monetária dos Estados Unidos deve se manter restritiva ao longo do ano que vem.
"O cenário internacional se mostra um pouco mais complicado, tanto no âmbito financeiro quanto no geopolítico. [...] Os movimentos nas taxas de juros dos EUA causam um impacto não apenas na economia local, mas também nas economias de todos os países, especialmente nas economias emergentes", disse Ormond.
Ainda segundo o especialista, no entanto, vale ponderar que mesmo diante do quadro mais adverso no exterior, esse não foi um fator determinante para a decisão do Copom, por conta da melhoria geral dos indicadores internos nos últimos meses.
Voltar ao início.
O que esperar agora?
Por fim, outro ponto importante sinalizado pelo Copom em seu comunicado nesta quarta-feira foi a sinalização sobre o que o mercado pode esperar das próximas reuniões do colegiado.
Na nota, o BC informou que a decisão de cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual (p.p.) é "compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta no horizonte relevante" e destacou que caso o cenário esperado pelo comitê seja confirmado, a expectativa é que novas reduções da mesma magnitude aconteçam nas próximas reuniões.
"Os membros do comitê, unanimemente [...] avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", afirmou.
Com isso, dizem especialistas, a principal expectativa fica, agora, pela ata do Copom, que deve ser divulgada na próxima semana.
"Fica a expectativa pelas informações sobre como o Banco Central avaliou a melhora dos indicadores de inflação de serviços", disse Victal, da SulAmérica Investimentos.
"Além disso, também fica a dúvida se o diagnóstico quanto ao crescimento econômico é unânime entre todos os diretores. O mercado deve prestar bastante atenção para ver se tem alguma heterogeneidade de avaliações dentro do comitê", acrescentou a economista.
Voltar ao início.
Leia mais
-
20:16:44 | G1
Governo diz que vai atuar no Congresso para evitar paralisação do Desenrola, programa que renegocia dívidas
No início de outubro, vence a medida provisória que criou o Desenrola. Tramita no Congresso um projeto de lei sobre o tema, que não foi votado ainda, e o programa pode cair em um limbo jurídico. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse nesta quarta-feira (20) que é "prioridade" votar na próxima semana no Senado o projeto do Desenrola, programa para renegociação de dívidas.
Técnicos do Ministério da Fazenda também afirmaram que o governo vai trabalhar pela aprovação do texto no Congresso até 3 de outubro, data em que a medida provisória que criou o programa vence.
Uma MP vale por 120 dias com força de lei e caso o Congresso não a aprove dentro desse prazo, ela deixa de valer.
Técnicos da pasta e do governo no Senado explicaram que, se o parlamento não concluir a análise do tema até dia 3, o programa vai parar em um "limbo jurídico".
"Estamos caminhando contra o tempo. O projeto vai ser interrompido e um programa que tem tido sucesso. Temos 60 milhões de brasileiros endividados hoje. Não é aceitável ter esse limbo, ter interrupção do programa. Não é razoável. Já estamos em tratativas com o relator, Rodrigo Cunha, para anteciparmos os debates para votarmos o PL na semana que vem impreterivelmente", disse Randolfe.
Devido a uma discordância entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quanto à forma de tramitação das MPs, o conteúdo da matéria foi transferido para um projeto de lei.
Na prática, se o projeto não passar antes da perda de validade da MP, o Desenrola será paralisado. O texto foi aprovado na Câmara, mas aguarda análise do Senado.
O relator da medida, senador Rodrigo Cunha (Pode-AL), propôs três sessões de debate sobre o projeto antes de apresentar seu relatório, o que inviabilizaria a votação até a data limite. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça (19) este cronograma sugerido pelo parlamentar.
Cunha deve se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na próxima semana.
Câmara aprova PL do Desenrola, que prevê limite para juros no rotativo
Previsão de votação
Líder do governo, Randolfe, aposta na votação do texto no plenário do Senado na semana que vem.
"Acho que é possível resumirmos os debates. A prioridade do governo é trazer esse projeto para ser votado na semana que vem sob pena de, se isso não acontecer, nós termos uma grave interrupção do programa", disse o congressista.
Neste mês, a equipe econômica informou que 924 empresas que têm dívidas a receber se inscreveram no Desenrola.
O objetivo da fase atual do programa é renegociar as dívidas do público da faixa 1, composta por quem:
tem renda de até R$ 2.640 (dois salários mínimos) ou está inscrito no Cadastro Único do governo federal (CadÚnico) e
tem dívidas de até R$ 5 mil negativadas até 31 de dezembro de 2022.
O prazo para bancos, varejistas, companhias de água, saneamento e energia, entre outros, aderirem ao programa e informarem as dívidas que desejam renegociar já terminou
A abertura da plataforma para que as pessoas interessadas em renegociar os débitos- público da faixa 1- só deve acontecer no fim do mês.
Próximos passos
▶️Filtragem das dívidas: de acordo com a Fazenda, as dívidas inscritas pelas empresas no programa agora serão filtradas para checar se são dívidas de pessoas que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou são inscritas no CadÚnico do governo federal;
▶️Leilões: processo competitivo entre as empresas sob a forma de leilão. Nesta etapa, o público da faixa 1 não precisará fazer nada, apenas as empresas credoras.
As empresas vão informar quanto de desconto estão dispostas a conceder para cada consumidor. Os leilões serão realizados por categoria de dívida. Ou seja, haverá um leilão para as contas de água, outro para contas de luz, e assim por diante. As empresas que oferecerem os maiores descontos vencem o leilão e terão a garantia do programa.
Leia mais
-
18:40:02 | G1
Copom faz novo corte na taxa básica de juros, e Selic cai de 13,25% para 12,75%
É o segundo corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto deste ano. Com a decisão de hoje, índice chegou ao menor patamar dos últimos 16 meses. Taxa Selic: Banco Central frustra desejo de redução mais acentuada, diz Ana Flor
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (20), reduzir a taxa Selic de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano.
A decisão foi unânime. Todos os diretores votaram pela redução.
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 no WhatsApp.
No comunicado divulgado após a reunião, o comitê argumentou que a redução da taxa é "compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025".
O Copom voltou a defender que o cenário demanda "serenidade", mas já sinalizou que poderá cortar novamente a Selic em 0,5 ponto percentual no próximo encontro.
"Em se confirmando o cenário esperado [de desinflação e ancoragem das expectativas em torno da meta de inflação], os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", afirmou o Copom em nota.
Na avaliação do colegiado, a execução das metas fiscais estabelecidas pelo governo federal pode contribuir para o processo de ancoragem das expectativas da inflação e para a condução da política monetária.
O comunicado pondera que:
no cenário externo, a elevação das taxas de juros de longo prazo dos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento na China exigem maior atenção por parte de países emergentes;
já para cenário doméstico, há expectativa de desaceleração da economia nos próximos trimestres;
se por um lado, uma maior persistência das pressões inflacionárias globais pode ser um fator de risco para uma possível alta da inflação no Brasil, por outro, uma desaceleração da atividade econômica global pode ser um fator de baixa.
Este foi o segundo corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto deste ano. Em 12,75%, a taxa chegou ao menor patamar dos últimos 16 meses.
A redução anunciada nesta quarta já era esperada pelo mercado financeiro. Isso porque no comunicado da última reunião, o Copom sinalizou que poderia continuar reduzindo a Selic na “mesma magnitude" do corte adotado em agosto. Ou seja, de 0,5 ponto percentual.
LEIA TAMBÉM:
Taxa Selic: entenda os pontos mais importantes para a decisão de juros do Banco Central
Comunicado 'positivo'
Após a divulgação do comunicado do Copom, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse à imprensa que a pasta recebeu o comunicado "de maneira muito positiva", sobretudo, em relação a dois pontos: o fato de a decisão ter sido unânime e a sinalização do comitê de futuros cortes de 0,5 ponto percentual na Selic.
"Isso dá tranquilidade grande pro mercado, uma boa sinalização que a gente também recebeu de maneira positiva, e esperamos seguir fazendo nosso esforço, harmonizando a política fiscal pra que a política monetária siga nessa tendência, que é uma tendência muito positiva pro país", afirmou Durigan.
Até o Copom iniciar o ciclo de corte da Selic, o presidente Lula e outros membros do Executivo criticavam com frequência as decisões do comitê em manter a taxa básica em 13,75% - patamar que vigorou entre agosto de 2022 e o início de agosto deste ano.
A avaliação do governo era que a Selic em 13,75% inibia o crescimento da economia.
Reuniões do Copom
O Copom é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia – dois deles indicados pelo presidente Lula.
O colegiado costuma se reunir a cada 45 dias para definir o patamar da taxa Selic. Neste ano, o comitê ainda deverá se reunir duas vezes:
em 31 de outubro e 1º de novembro
em 12 e 13 de dezembro
Taxa básica de juros
Taxa Selic: entenda o que é a taxa básica de juros da economia brasileira
A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação.
O índice influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com a meta de inflação, o BC pode reduzir a Selic.
Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem e no objetivo, em 12 meses, para o início de 2025.
Na semana passada, os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação deste ano, de 4,93% para 4,86% (ainda acima do intervalo da meta de inflação para 2023), e passaram a projetar uma inflação de 3,86% para 2024 (dentro do intervalo da meta).
Para 2023, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
A meta de inflação do próximo ano é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Leia mais
-
18:39:46 | G1
Brasil deixa de ter a maior taxa de juros reais do mundo após novo corte da Selic; veja ranking

País estava no topo do pódio desde outubro de 2022. Após a redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica pelo Copom nesta quarta-feira, México assumiu a liderança na lista que compara as taxas em 40 países. Sede do Banco Central em Brasília
Raphael Ribeiro/BCB
Com mais uma queda da taxa Selic nesta quarta-feira (20), o Brasil deixou de ter a maior taxa de juros reais do mundo — lugar que ocupava desde outubro de 2022, de acordo com levantamento compilado pelo MoneYou.
A lista mostra que o país foi superado pelo México depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros do país, para 12,75% ao ano.
O juro real é formado pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses. É uma medida de comparação de aperto monetário entre vários países.
Com a redução anunciada nesta quarta-feira pelo Banco Central, os juros reais do país ficaram agora em 6,30%. Em primeiro lugar, o México acumula juros reais de 6,61%.
Na ponta oposta do ranking está a Argentina, que apesar de ter as taxas nominais mais altas da lista (118% ao ano), enfrenta também uma hiperinflação, que derruba as taxas reais.
Veja abaixo os principais resultados da lista de 40 países.
Segundo corte de juros
O país iniciou em agosto um ciclo de queda da taxa básica de juros. Por cerca de 12 meses, a Selic se manteve na casa dos 13,75% ao ano. Essa foi a segunda redução de 0,50 ponto percentual promovida pelo BC.
Especialistas ouvidos pelo g1 justificaram que os cortes ocorreram por conta de uma leve desaceleração dos núcleos de inflação no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O cálculo capta a tendência dos preços de diversos produtos no país, desconsiderando choques temporários ou sazonais.
O IPCA subiu 0,23% em agosto, segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 4,61% na janela de 12 meses. (veja abaixo)
Apesar do IPCA ter voltado a subir nos últimos meses, o movimento já era esperado pelo mercado. A tendência, portanto, é que o BC siga com cortes nos juros se a trajetória dos preços seguir controlada.
A expectativa de Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, por exemplo, é de que o BC possa acelerar o ritmo de cortes nas próximas reuniões do Copom, passando para reduções de 0,75 ponto percentual.
Juros nominais
Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira caiu da quarta para a sexta posição.
Argentina: 118%
Turquia: 25%
Hungria: 14%
Colômbia: 13,25%
Rússia: 13%
Brasil: 12,75%
México: 11,25%
Chile: 9,50%
África do Sul: 8,25%
República Checa: 7%
Filipinas: 6,25%
Polônia: 6%
Indonésia: 5,75%
Hong Kong: 5,75%
Estados Unidos: 5,50%
Reino Unido: 5,50%
Índia: 5,40%
Canadá: 5%
Israel: 4,75%
Alemanha: 4,50%
Áustria: 4,50%
Espanha: 4,50%
Grécia: 4,50%
Holanda: 4,50%
Portugal: 4,50%
Suécia: 4,50%
Bélgica: 4,50%
França: 4,50%
Itália: 4,50%
China: 4,35%
Austrália: 4,10%
Singapura: 3,81%
Coreia do Sul: 3,50%
Dinamarca: 3,35%
Malásia: 3%
Tailândia: 2,49%
Taiwan: 1,88%
Nova Zelândia: 0%
Japão: -0,10%
Suíça: -0,75%
Leia mais
-
18:39:44 | G1
Selic a 12,75%: veja o rendimento de R$ 1 mil investidos nos principais produtos de renda fixa
Copom cortou a taxa básica de juros do país em 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira. Levantamento da Casa do Investidor aponta que o CDB de banco médio tem a maior rentabilidade entre os principais títulos. Taxa Selic: Banco Central frustra desejo de redução mais acentuada, diz Ana Flor
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (20) cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano. Entre tantas funções, a Selic serve de parâmetro tanto para empréstimos como para o rendimento de aplicações financeiras no país.
A redução, portanto, influencia diretamente a expectativa de rentabilidade para investidores, em especial em aplicações de renda fixa. O g1 mostra quanto passará a render, a partir de agora, R$ 1 mil nos principais produtos do tipo.
Veja abaixo a lista completa abaixo.
Investir em produtos do governo
O levantamento foi realizado por Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor, e aponta que a maior rentabilidade, independentemente do período investido, é dos CDBs (Certificado de depósito bancário) de bancos médios.
Os CDBs são títulos de renda fixa, que funcionam como um empréstimo do investidor para uma instituição financeira. Os bancos médios costumam oferecer taxas de rendimento maior por conta da relação risco-retorno.
Os bancos menores oferecem taxas mais altas para atrair investidores. Mas também possuem mais risco, por terem menos recurso para garantir suas operações.
"Imagine o seguinte, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, e outros bancos grandes, captam recursos todos os dias, o fluxo de entrada e saída é muito grande. Os bancos menores, por sua vez, não têm este mesmo fluxo e para isso oferecem taxas 10% até 20% maiores do que os grandes bancos", explica Walter Fogolin, head de Produtos da InvestSmart.
Veja mais um exemplo abaixo para os rendimentos de R$ 1 mil em CDB de banco médio.
💸 Em seis meses, se alguém investir R$ 1 mil, o valor final pode chegar a R$ 1.052,54. Em 10 anos, o mesmo investimento pode chegar a R$ 3.058,41.
💰 Na poupança, os mesmos R$ 1 mil podem chegar em seis meses a R$ 1.038,60 e a R$ 2.133,08, em 10 anos.
Como avaliar os CDBs
Em geral, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) garante o retorno aos investidores caso um banco quebre. Mas especialistas sugerem que o próprio investidor seja precavido e faça uma análise dos bancos antes de investir em CDBs.
É possível, por exemplo, buscar relatórios e as notas que as agências de risco dão aos bancos, principalmente sobre a capacidade das empresas arcarem com as dívidas — tecnicamente chamado de liquidez.
Poupança tem o menor rendimento
Na ponta oposta está a poupança, que tem o menor retorno entre as aplicações de renda fixa. Pelas regras, o retorno da poupança rende 70% da taxa básica de juros, somada a TR (taxa referencial), que pode ser atualizada diariamente, mas hoje está zerada.
Ou seja, se alguém investir R$ 1 mil, o dinheiro terá valorização de 0,5%, ou 6,17% ao ano — gerando retorno de apenas R$ 38,60 em seis meses.
"Dessa forma, independente se o Banco Central cortar mais os juros, a poupança seguirá como o pior investimento do mercado", diz Igor Cavaca, líder de gestão de investimentos da Warren.
Investir no governo brasileiro
Além dos títulos privados, há outros dois investimentos atrelados a papéis emitidos pelo governo federal, que têm garantias do Tesouro Nacional. São os fundos DI e o Tesouro Selic.
Há diferenças importantes a se compreender. Veja abaixo.
Fundos DI
Produto privado, que investe em títulos do Tesouro, como Renda+, IPCA, Selic e pré-fixados;
Na prática, existe um gestor que junta o dinheiro de alguns investidores e coloca-o onde achar que pode ser mais interessante;
Por isso, há uma cobrança — no levantamento é utilizada uma média de 0,5% — para arcar com os custos da gestão do investimento.
Tesouro Selic
Títulos públicos emitidos pelo governo e comercializados na plataforma do Tesouro Direto;
Na prática, o investidor empresta dinheiro diretamente para o Tesouro Nacional (pela plataforma ou por corretoras), com a expectativa de receber um valor maior depois de um prazo definido.
Ambos são considerados mais seguros se comparados com os CDBs porque a probabilidade de o governo não pagar suas dívidas é muito menor do que qualquer instituição financeira. Por isso, o retorno também é ligeiramente mais baixo.
Atenção aos Estados Unidos
Luiz Pereira, head de investimentos da Guide, explica que para se escolher os investimentos, independente do período (curto, médio ou longo prazo), é preciso ficar atento também aos juros norte-americanos.
Ele justifica que enquanto os Estados Unidos estiverem com uma política de aperto monetário — isto é, de manter os juros mais altos — haverá uma migração de investidores mais conservadores do Brasil para os EUA.
"Se os norte-americanos continuarem com a mesma política de hoje, o Brasil não vai ter tanta capacidade de cortar os juros", explica Pereira. Isso porque os produtos nacionais não terão um diferencial de juros tão interessante em relação aos internacionais, que são ainda mais seguros.
Leia mais
-
15:23:11 | G1
STF suspende por seis meses processo contra a construção da Ferrogrão

Objetivo da ferrovia é conectar Porto de Miritituba (PA) ao município de Sinop (MT) para escoamento de grãos. Obra, que deve custar mais de R$ 8 bilhões, é contestada pelo PSOL. Projeto Ferrovia Ferrogrão EF-170
Arte G1
O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu por seis meses o processo que questiona a constitucionalidade da construção da ferrovia Ferrogrão.
Nesta terça-feira (19), o Supremo publicou determinação que suspende o processo "a fim de que se concluam os estudos e as atualizações sugeridos".
A Corte acatou o pedido de suspensão "ante os avanços já concretizados após o início dos diálogos sobre a controvérsia tratada na presente Ação Direta de Inconstitucionalidade, e consideradas as propostas consensualizadas pelos interessados no âmbito do Centro de Soluções Alternativas de Litígios".
O processo havia sido enviado para o Centro de Soluções Alternativas de Litígios (Cesal), que tinha 60 dias para apresentar soluções para a disputa. Contudo, o g1 apurou que o traçado da Ferrogrão segue como impasse dentro do Cesal.
Ferrogrão deve levar 10 anos para ir a leilão, segundo secretário
Ferrogrão
A Ferrogrão é um projeto da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Trata-se de uma ferrovia de 933 km que ligaria o Porto de Miritituba (PA) ao município de Sinop (MT), visando o escoamento de grãos.
Em 2016, depois do impeachment de Dilma, o projeto foi classificado no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo do então presidente Michel Temer (MDB).
Temer então publicou uma medida provisória, depois transformada em lei, que alterou os limites do Parque Nacional do Jamanxim, no oeste do Pará, para viabilizar a construção da ferrovia.
Foram retirados da área do parque cerca de 862 hectares, destinados aos leitos e às faixas de domínio da EF-170 (a Ferrogrão) e da BR-163 –uma das principais rotas de escoamento da produção agropecuária.
Ação do PSOL
A discussão no STF é justamente sobre o traçado do projeto, depois de a Corte ter sido acionada pelo PSOL em uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei em 2020. Naquele ano, o processo de desestatização da ferrovia começou a tramitar no Tribunal de Contas da União (TCU).
O PSOL questiona a alteração nos limites do Parque Nacional do Jamanxim para permitir a construção da ferrovia em área de conservação.
Em 2021, Moraes atendeu ao pedido do PSOL e suspendeu a eficácia da lei. O processo foi pautado no STF em maio deste ano, mas não chegou a ser discutido. No dia seguinte, Moraes encaminhou o caso para o Cesal.
Em agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) incluiu a ferrovia no Novo PAC – o programa de investimentos do governo. As obras foram incluídas na modalidade “estudos de novas concessões”.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estima que seriam necessários investimentos de R$ 8,26 bilhões na construção da ferrovia.
Leia mais
-
15:00:41 | G1
Fed mantém juros dos Estados Unidos inalterados, mas sinaliza nova alta à frente

Referencial de juros continua na faixa de 5,25% a 5,50%, no maior patamar desde 2001. Sede do Federal Reserv (Fed), Banco Central dos EUA.
REUTERS/Joshua Roberts
O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), manteve os juros do país inalterados nesta quarta-feira (20), em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001.
A decisão já era esperada pelo mercado e veio após o comitê ter elevado a taxa básica do país em 0,25 ponto percentual em sua última reunião, em julho, em mais uma tentativa de controlar a pressão inflacionária na maior economia do mundo.
Apesar da manutenção, os dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) indicaram que uma nova alta das taxas pode acontecer até o final do ano, sinalizando que a política monetária mais restritiva também deve se estender para 2024.
Em comunicado, o Fed informou que continuará a avaliar informações adicionais sobre a economia e suas implicações para a política monetária norte-americana, reforçando que o comitê está "preparado" para ajustar a orientação dos juros caso "surjam riscos que possam impedir" a convergência da inflação dos EUA para a meta de 2%.
Em entrevista concedida à imprensa após a divulgação do comunicado, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a autarquia pretende alcançar um patamar em que haja confiança de que a inflação irá convergir para a meta de 2% do BC norte-americano.
"À medida que nos aproximamos da taxa [...] que consideramos apropriada para reduzir a inflação para 2% ao longo do tempo, os riscos tornam-se bilaterais [...] e o bom senso natural a fazer é se mover um pouco mais devagar [nas decisões de política monetária] e é o que estamos fazendo", disse, acrescentando que as autoridades do Fed continuarão a tomar decisões "reunião a reunião".
Os juros ainda em níveis elevados nos Estados Unidos aumentam a rentabilidade dos Treasuries (títulos públicos norte-americanos) e devem continuar a refletir nos mercados de ações e no dólar, com a migração cada vez maior de investidores para o país, em busca de uma melhor remuneração.
No cenário macroeconômico, os efeitos dos juros altos nos Estados Unidos também se refletem no longo prazo, indicando uma tendência de desaceleração econômica global, já que empréstimos e investimentos também ficam mais caros.
Por aqui, investidores seguem na expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), que deve ser divulgada ainda nesta quarta-feira. A maior parte do mercado aposta em uma nova redução da taxa básica de juros (Selic), em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano.
A decisão do Fed
Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o Fomc ainda destacou que indicadores recentes sugerem que a atividade econômica dos EUA "cresce a um ritmo sólido" e que a inflação norte-americana segue elevada.
A nota reforça, ainda, que o aumento no número de vagas "abrandaram" nos últimos meses, mas que permanecem fortes, enquanto a taxa de desemprego continua baixa.
"O comitê procura atingir o nível máximo de emprego e levar a inflação à taxa de 2% a longo prazo", informou o Fomc no comunicado, destacando que ao determinar "a extensão do reforço adicional" que pode ser apropriado para atingir esses objetivos, levará em consideração:
o aperto cumulativo da política monetária;
a defasagem dos efeitos do aumento de juros na atividade econômica e na inflação;
e os fatores econômicos e financeiros.
"Além disso, o Comité continuará a reduzir as suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos garantidos por hipotecas de agências, conforme descrito nos seus planos anunciados anteriormente", acrescentou o comitê.
O Fomc ainda disse que o sistema bancário dos EUA é "sólido e resiliente" e afirmou que condições mais restritivas de crédito para as empresas e as famílias "poderão pesar sobre a atividade econômica, as contratações e a inflação".
"A extensão desses efeitos permanece incerta. O Comitê continua muito atento aos riscos de inflação", concluiu a nota.
Uma nova alta à vista
Além de reforçarem as preocupações com uma eventual alta inflacionária, os dirigentes também sinalizaram que um novo aumento de juros deve acontecer até o final deste ano.
De acordo com o Sumário de Projeções Econômicas, também divulgado nesta quarta-feira, os dirigentes do Fed acreditam que os juros do país devem chegar ao intervalo de 5,50% e 5,75% ainda neste ano, segundo a mediana das previsões.
Além disso, as estimativas também indicam que as taxas norte-americanas devem cair apenas 0,50 ponto percentual em 2024, sinalizando uma política monetária ainda apertada no ano que vem. A previsão é que os juros do país caiam para 5,1% até o final de 2024 e 3,9% até o fim de 2025.
Os dirigentes também trouxeram projeções para o crescimento econômico dos Estados Unidos deste ano (2,1%), para a taxa de desemprego (3,8%) e para o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês, a medida de inflação preferida do Fed), que deve ficar em 3,3% em 2023.
Segundo Powell, apesar de as projeções apresentadas nesta quarta-feira mostrarem uma polícia monetária mais restritiva, elas "não são um plano de ação", mas apenas refletem a visão dos dirigentes de que a economia norte-americana terá um desempenho melhor do que o esperado inicialmente.
"Se a economia ficar mais forte do que o esperado, significa apenas que teremos de fazer mais em termos de política monetária para voltar [a inflação] aos 2%", disse.
Leia mais
-
14:12:51 | G1
Lula antecipa para esta quarta retorno dos Estados Unidos para o Brasil

Segundo assessores, antecipação não tem relação com dores no quadril que Lula tem relatado. Na volta ao Brasil, petista deve conversar com cotados para o cargo de PGR. Lula deve antecipar retorno dos Estados Unidos para o Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antecipou para a noite desta quarta-feira (20) o retorno dos Estados Unidos para o Brasil.
✅Clique aqui para seguir o novo canal do g1 no WhatsApp
Inicialmente, Lula voltaria de Nova York – onde participou da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) e de reuniões bilaterais – para Brasília nesta quinta-feira (21).
Segundo o blog apurou com interlocutores do presidente, na última segunda-feira (18), Lula relatou a auxiliares que estava com dores no quadril.
Nesta terça-feira (19), o blog perguntou a assessores do presidente se a antecipação da volta ao Brasil tinha relação com o desconforto sentido por Lula, o que foi negado.
Segundo uma fonte, Lula decidiu voar à noite para o Brasil, para chegar mais cedo e resolver questões de política interna.
Outro assessor disse ao blog que, na volta a Brasília, Lula quer conversar com cotados ao cargo de procurador-geral da República.
O substituto de Augusto Aras na chefia do Ministério Público Federal deve ser anunciado nos próximos dias.
Lula durante discurso na Assembleia-Geral da ONU
Mary Altaffer/AP
Cirurgia no quadril
No próximo dia 29 de setembro, Lula fará uma cirurgia no quadril. A cirurgia deve ser conduzida pelos médicos do hospital Sírio Libanês que já acompanham o presidente nos últimos meses.
A cirurgia será feita em Brasília porque a recomendação médica é de que Lula não viaje nos dias seguintes ao procedimento.
Lula sofre de artrose no quadril há vários anos. A necessidade de cirurgia já tinha sido confirmada pelo Palácio do Planalto, que afirmou que o presidente passaria por uma "operação programada, nada urgente".
Em julho, durante transmissão em redes sociais, Lula chegou a dizer que pretendia passar pelo procedimento até outubro, porque "ninguém consegue trabalhar com dor o dia inteiro".
Como é o procedimento de cirurgia no quadril
Arte/g1
Leia mais
-
10:06:32 | G1
Fazenda diz que não vê aumento do imposto de importação para compras internacionais no 'horizonte próximo'

Neste mês, governo informou que avalia a cobrança de um imposto de importação a partir do patamar de 20%. De janeiro a julho de 2023, as remessas enviadas ao país totalizaram cerca de 123 milhões de volumes, segundo a Receita. Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, em evento do IDP
IDP/Youtube/Reprodução
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse nesta quarta-feira (20) que a pasta não vê no "horizonte próximo" a possibilidade de aumento da alíquota do imposto de importação para as empresas que aderirem ao programa Remessa Conforme, da Receita Federal. Hoje, a taxa é zero para compras online de até US$ 50.
"A gente só vai fazer revisão quando tivermos todas as informações, que dialogue com as empresas, dialogue com o varejo, bata os números, e veja se de fato está havendo falta de isonomia tributária. O Ministério da Fazenda quer que haja concorrência", disse.
O 'e-commerce' veio e veio para ficar. O lojista brasileiro tem seu lugar e sua pauta. Tem de haver o equilíbrio disso. Não pode haver predação entre um e outro", declarou Durigan.
A declaração foi dada durante participação em evento do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), sobre "Tributação do Comércio Eletrônico Transfronteiriço e Justiça Tributária".
No início deste mês, Durigan afirmou que o governo federal avalia a cobrança de um imposto de importação, a partir do patamar de 20%, no processo de regularização das encomendas vindas do exterior. A esse valor, vai se somar o ICMS estadual, que foi fixado em 17%.
Naquele momento, o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) afirmou que o patamar mínimo de 20% para o imposto de importação prejudica empresas brasileiras na competição com as estrangeiras.
"O patamar mínimo de 20% é muito aquém da necessidade para se ter uma competição isonômica, portanto, não aceitável. Basta ver o estudo do IDV/IBPT, no qual a carga tributária efetiva média é de 85%. Caso ocorra a implantação da alíquota de 20%, a destruição de empresas e empregos continuará, em especial nas médias e pequenas", afirmou a entidade, por meio de nota.
Novas regras de comércio eletrônico
Governo cria regras para compras internacionais de até US$ 50 na internet
No início de agosto, entraram em vigor novas regras para compras internacionais de até US$ 50. A mudança atinge apenas as compras feitas pela internet, por pessoas físicas no Brasil, em empresas fora do país.
Veja as normas:
As regras atuais, com isenção de imposto de importação de 60% para remessas entre pessoas físicas, continuam.
Com a publicação do novo normativo pela Receita Federal, as empresas de comércio eletrônico poderão aderir a um programa de conformidade, que será opcional.
As empresas que aderirem ao programa da Receita terão o benefício de isenção do imposto de importação para compras de até US$ 50, que, sem a adesão, só existem para remessas de pessoa física para pessoa física.
Para compras acima de US$ 50, não muda nada nos tributos federais. Com isso, segue em vigor a tributação de 60% do imposto de importação.
A declaração de importação e o eventual pagamento dos tributos acontecerá antes da chegada da mercadoria.
O vendedor é obrigado a informar ao consumidor a procedência dos produtos e o valor total da mercadoria (com inclusão dos tributos federais e estaduais).
A portaria da Receita Federal não trata das regras de tributos estaduais, que são de competência de cada unidade da federação.
Em junho, os estados definiram por unanimidade, adotar uma alíquota de 17% de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para as compras feitas em plataformas online de varejistas internacionais.
Aumento de declarações
No fim de agosto, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que há "ilegalidade grande" nas remessas de empresas de comércio eletrônico de outros países ao Brasil, e prometeu tentar resolver o problema até o fim do ano.
Nesta quarta-feira (20), Dario Durigan explicou que as empresas que não aderirem ao programa Remessa Conforme, para regularizar as encomendas do exterior, serão taxadas em 60% com o imposto de importação.
"Quem não aderir, vai ser cobrado. E nos casos de burla à legislação, vai ter outra consequência, podendo em casos mais graves ter consequência criminal. Aqui está sendo feito um processo com diálogo. Em último caso, não se quer trazer nenhum tipo de ônus ou tributação além do que os consumidores devam pagar", acrescentou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
Na semana passada, a Receita Federal informou que a Shein foi certificada para participar do Programa Remessa Conforme. Com isso, o programa passou a reunir 67% do volume de remessas enviadas ao país.
De acordo com a Receita Federal, de janeiro a julho de 2023, as remessas enviadas ao país totalizaram cerca de 123 milhões de volumes. Desse total, cerca de 83 milhões de volumes chegaram ao país através de operadores de transporte que prestam serviços às empresas já certificadas.
Leia mais
-
09:42:17 | G1
Dólar e Ibovespa fecham em alta após Fed manter juros dos EUA inalterados e à espera do Copom

A moeda norte-americana avançou 0,15%, vendida a R$ 4,8800. Já a Bolsa de Valores brasileira subiu 0,72%, aos 118.695 pontos. Copom deve reduzir a Selic, taxa básica de juros, nesta Super Quarta.
Freepik
O dólar inverteu o sinal negativo que apresentou durante boa parte da sessão e fechou esta quarta-feira (20) em leve alta, com investidores atentos aos sinais sobre juros nesta "Superquarta", dia de decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos . O Ibovespa também teve ganhos.
Lá fora, o Fed optou por manter suas taxas de juros inalteradas entre 5,25% e 5,50% ao ano. Já no por aqui, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) promova mais um corte na Selic, taxa básica de juros.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana subiu 0,15%, cotada a R$ 4,8800. Já o Ibovespa fechou em alta de 0,72%, aos 118.695 pontos. Veja mais cotações.
SAIBA MAIS: Copom deve baixar juros para o menor nível em 16 meses, e BC americano pode interromper o ciclo de altas
No dia anterior, o dólar fechou com alta de 0,35%, vendido a R$ 4,8725. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
alta de 0,19% na semana;
e quedas de 1,41% no mês e de 7,54% no ano.
COMERCIAL X TURISMO: qual a diferença entre a cotação de moedas estrangeiras e por que o turismo é mais caro?
Já no mercado acionário, o Ibovespa fechou queda de 0,37% na véspera, aos 117.846 pontos. Com o resultado de hoje, passou a acumular:
queda de 0,05% na semana;
e altas de 2,55% no mês e de 8,17% no ano.
DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
O que está mexendo com os mercados?
Nesta quarta-feira (20), as atenções do mercado estão voltadas para as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
No caso do Brasil, o Copom só anuncia a nova taxa Selic por volta das 18h30, quando os mercados já estarão fechados. Por isso, o que for dito no comunicado do comitê após a reunião terá impacto sobre os negócios nos próximos dias.
Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano, depois de o Copom ter cortado os juros em 0,50 ponto percentual em sua última reunião, em agosto. Naquele momento, o comitê sinalizou que, para este encontro, deveria promover um novo corte de mesma magnitude, o que deve levar a taxa para 12,75% ao ano, o menor patamar em 16 meses.
O maior destaque, porém, será dado ao comunicado divulgado pelo comitê após a reunião, no qual traz informações que podem servir como base para que o mercado interprete os próximos passos do BC na política monetária brasileira.
Já nos Estados Unidos, o Fed já manteve as taxas básicas de juros do país entre 5,25% e 5,50% ao ano — o que era amplamente esperado pelo mercado.
Assim como no Brasil, o destaque também ficou para o comunicado da autoridade monetária sobre o futuro dos juros na maior economia do mundo. Entre as informações que mais chamaram atenção estava a sinalização de uma nova alta neste ano e a indicação de que vários dos dirigentes queriam aumentar as taxas mais uma vez.
Com novos aumentos da taxa norte-americana — que já estão no maior patamar em mais de 20 anos—, a tendência é que os investidores priorizem os títulos públicos dos Estados Unidos, considerados os mais seguros do mundo, e cuja rentabilidade sobe diante de novas altas de juros pelo Fed.
Neste contexto, além da possibilidade de o dólar subir ante outras moedas, como o real, os ativos de risco (com destaque para os mercados de ações) também poderiam registrar desvalorização. O contrário também é válido.
Por fim, ainda no exterior, os investidores também repercutem a decisão de política monetária na China. O Banco Popular da China manteve as taxas básicas de juros do país, que representam os custos do empréstimo de um ano ficaram, em 3,45% ao ano. Já as taxas de empréstimos de cinco anos foram mantidas em 4,20% ao ano.
Entenda o que faz o dólar subir ou descer
Leia mais
-
06:01:34 | G1
Confira as vagas de emprego disponíveis em Petrolina, Araripina e Salgueiro nesta quarta-feira (20)

As vagas são disponibilizadas diariamente pela Agência do Trabalho de Pernambuco. Carteira de Trabalho
Reprodução
A Agência de Trabalho de Pernambuco divulgou as vagas de emprego disponibilizadas paras os municípios de Petrolina, Araripina e Salgueiro , no Sertão de Pernambuco, nesta quarta-feira (20). As oportunidades são atualizadas diariamente pelo g1 Petrolina.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Concursos no WhatsApp.
Os interessados nas oportunidades podem entrar em contato com a Sedepe através da internet. O atendimento na agência de Salgueiro é feito a partir de um agendamento prévio, feito pelo site da secretaria. Em Petrolina e Araripina basta ir até a Agência de Trabalho.
Petrolina
Contato: (87) 3866 - 6540
Vagas disponíveis
Salgueiro
Contato: (87) 3871 - 8467
Vagas disponíveis
Araripina
Contato: (87) 3873 - 8381
Vagas disponíveis
Vídeos: mais assistidos do Sertão de PE
Nova lei da igualdade salarial: saiba os principais pontos
Leia mais
-
05:30:52 | G1
Bonsai pode dar frutos, viver centenas de anos e ficar mais alto do que uma pessoa

Série 'De onde vem' desvenda os segredos do cultivo em São Lourenço da Serra e Atibaia, no interior de SP. De onde vem o bonsai
Você já imaginou ter uma jabuticabeira dentro de casa? Com os bonsais isso é possível. A técnica milenar pode controlar o crescimento de qualquer espécie de árvore, inclusive, as frutíferas.
Sabia que morango não é fruta? Veja essa e outras reportagens da série "De onde vem"
Na tradução literal para o português, a palavra bonsai significa "plantar em uma bandeja", mas ela vai além de simplesmente colocar uma muda de árvore dentro de um vaso.
Neste episódio da série "De onde vem", o g1 foi até as cidades de São Lourenço da Serra e Atibaia, no interior de SP, para mostrar como funciona o cultivo e as curiosidades sobre a tal "arte viva".
No vídeo acima, você também vai ver:
🌱 como plantar um bonsai;
🌳 as diferenças entre os bonsais e árvores convencionais;
⛩️ a origem do bonsai;
🧘♀️ o envolvimento do bonsai com o zen-budismo.
Mas, afinal, o que limita o desenvolvimento das árvores? O controle é feito por meio da poda constante, da colocação de arames que regulam a forma dos galhos e da troca regular dos vasos.
Paciência é indispensável para o cultivo de miniárvores, já que elas podem levar dezenas de anos para atingir o tamanho desejável. Acontece que, apesar de serem reconhecidos pela baixa estatura, os bonsais podem atingir mais de 1 metro de altura.
O trabalho no cultivo é recompensado pela longevidade, já que os bonsais podem viver por centenas de anos, quando cuidados corretamente. Além disso, há quem diga que eles atraem sorte e paz para os ambientes.
Créditos do "De onde vem o que eu como"
Coordenação editorial: Luciana de Oliveira
Narração: Matheus Rodrigues
Reportagem: Rafaela Zem
Roteiro: Rafaela Zem e Paula Salati
Coordenação de vídeo: Tatiana Caldas e Mariana Mendicelli
Edição e finalização: Gustavo Wanderley
Coordenação de arte: Guilherme Gomes
Direção de arte e ilustrações: Verônica Medeiros, Luisa Rivas e Vitória Coelho
Fotografia: Fabio Tito
Stop motion: Verônica Medeiros
Motoristas: Ricardo Américo Barbosa
Produtor cultiva centenas de bonsais em São Lourenço da Serra
Fabio Tito/g1
Frutas produzidas por bonsais são idênticas ao de árvores convencionais
Fabio Tito/g1
Engenheiro civil, Márcio Azevedo deixo a profissão para cultivar bonsais
Fabio Tito/g1
Sítio em Atibaia produz mais de mil espécies de bonsai
Fabio Tito/g1
Regina Suzuki cultiva bonsais há quase 30 anos
Fabio Tito/g1
Bonsais podem atingir diferente tamanhos
Fabio Tito/g1
Bonsais podem viver por centenas de anos
Fabio Tito/g1
Equipe do g1 foi até Atibaia para mostrar o passo a passo da produção de bonsais
Fabio Tito/g1
Veja como outros alimentos são produzidos
Como o cogumelo é enganado para 'achar' que está na Ásia e ser cultivado no Brasil
Veja de onde vem os cogumelos
Cachaça tem cabeça, coração e cauda; saiba qual parte pode ser consumida
De onde vem o espumante
Entenda se todo vinho envelhece bem e por quantos anos pode ficar no barril
De onde vem o vinho
Leia mais
-
05:03:46 | G1
Via Varejo, Via, Grupo Casas Bahia: por que a empresa vai mudar de nome de novo?

Mudança faz parte do processo de reestruturação da companhia, que passa por uma grave crise financeira. Mudança faz parte do processo de reestruturação da companhia, que passa por uma grave crise financeira.
Arquivo Pessoal
Pouco mais de dois anos depois de mudar seu nome de Via Varejo para Via, uma das maiores empresas de varejo doméstico do Brasil resolveu voltar às origens e agora se chama Grupo Casas Bahia. A mudança também impacta o código de negociação das ações da companhia na bolsa de valores, a B3, que desta quarta-feira (20) em diante passa a ser BHIA3.
O grupo, que também é dono do Ponto (antigo Ponto Frio), decidiu inclusive retomar o tradicional slogan da Casas Bahia: "dedicação total a você".
A mudança, segundo especialistas, é uma tentativa de reposicionar da marca e retomar o lugar de destaque que ocupava no imaginário popular, em um momento em que a empresa passa por um processo de reestruturação dos negócios, devido a uma severa crise financeira que atravessa nos últimos anos.
Não à toa, a companhia promoveu também um aumento de capital, liberando quase 780 milhões de novas ações no mercado, que tinham o objetivo de levantar R$ 1 bilhão para os cofres da companhia. A oferta de ações, porém, arrecadou um valor bem menor: pouco mais de R$ 620 milhões.
Mais um sinal ruim para a empresa. O mercado não está tão otimista com o futuro do grupo: desde o anúncio da mudança, na última terça-feira (12), as ações da Casas Bahia já despencaram mais de 30%. O motivo é que os problemas da companhia estão muito além do nome que ela carrega.
A situação do Grupo Casas Bahia
A mudança de nome ocorre em meio a uma grave crise financeira que a antiga Via enfrenta, com prejuízos cada vez maiores. Para se ter uma ideia, no 2º trimestre de 2023, a empresa teve um prejuízo líquido de R$ 492 milhões. Esse foi o quarto trimestre consecutivo de prejuízo, cada vez maiores.
Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, destaca que o momento é difícil para todo o varejo. O setor sofre com os juros altos no país, que tornam os processos de financiamento e tomada de crédito mais caros, reduzindo significativamente o consumo da população e elevando os níveis de inadimplência.
Além disso, Iago Souza, analista de varejo da Genial Investimentos, pontua que o grupo passa "por um momento delicado no ambiente competitivo, com a desconfiança após a recuperação judicial da Americanas e com empresas estrangeiras inundando o mercado brasileiro de produtos asiáticos de preço baixo".
No entanto, o principal problema da antiga Via atualmente é o seu elevado endividamento, diz José Eduardo Daronco, analista da Suno Research. "A companhia atualmente está com um resultado operacional muito abaixo do esperado, e a dívida está crescendo."
Plano de reestruturação da empresa
A empresa já começou um plano de reestruturação de negócios. Em agosto, anunciou que vai fechar até 100 lojas físicas e demitir cerca de 6 mil funcionários, além de planejar reduzir até R$ 1 bilhão em seus estoques, deixando os produtos menos lucrativos apenas nos canais de venda online.
A mudança de nome, então, vem para "coroar" toda essa reestruturação e visa tirar a referência negativa que a Via se tornou por conta do momento financeiro ruim.
"Eles querem dar uma repaginada na empresa e também trazer uma imagem nova para os investidores, trazer um aspecto de que eles estão voltando às origens, época em que eles iam super bem", afirma o analista de investimentos Vitor Miziara.
E o "retorno" mira, sobretudo, os pequenos investidores pessoa física, que representam boa parte da base de acionistas da companhia, destaca Phil Soares.
"O objetivo principal é aproximar a parte corporativa da empresa ao investidor de varejo. O nome 'Casas Bahia' tem extrema notoriedade, está há décadas no mercado brasileiro, tem milhões de clientes. Então, o objetivo é aproximar o investidor, especialmente o investidor de varejo, melhorar a familiaridade, para melhorar o apelo e a comunicação com o mercado de uma forma geral", comenta o analista da Órama.
O mercado acredita na mudança?
Embora a retomada do nome Casas Bahia possa trazer um sentimento de nostalgia para os consumidores, isso não é suficiente para que o mercado fique mais otimista com os rumos da companhia, segundo Vitor Miziara. "Para os investidores, de nada vale mudar o nome ou não, afinal, todos estão mais preocupados com números do que com letras", diz ele.
Iago Souza, da Genial, concorda e pontua que os investidores esperam melhores resultados operacionais. A postura ficou clara depois da oferta de ações fracassada da companhia, que levantou pouco mais da metade do dinheiro que desejava.
O analista pontua que o mercado ainda não comprou a tese do plano estratégico e aguarda os números dos próximos trimestres. Ele aponta, inclusive, para a possibilidade de que a Casas Bahia precise entrar com um pedido de recuperação judicial. "Existe espaço para a recuperação, sim. O plano apresentado tem boas propostas, mas estamos cautelosamente negativos ainda", destaca.
Miziara pensa parecido e conclui: "acredito que o aumento de capital não será suficiente para evitar um pedido de recuperação, já que o valor injetado na empresa sustentaria a situação atual por, no máximo, três trimestres se os resultados continuarem como estão. Dado que tanto o preço das ações na última oferta como a demanda dos investidores foram fracos, não vejo espaço para um novo aumento de capital".
Apesar de só ter conseguido cerca de R$ 620 milhões de uma projeção de R$ 1 bilhão, Eduardo Daronco, da Suno, afirma que os recursos trazem algum fôlego para a empresa continuar com sua reestruturação.
Já Soares, da Órama, tem visão mais otimista e considera que a mudança de nome pode trazer algum efeito positivo, ainda que esteja longe de ser o necessário para impulsionar as receitas do grupo, que precisa seguir com sua reestruturação e melhorar a lucratividade. Se isso ocorrer, ele acredita que a empresa "tem tudo para se recuperar da crise financeira".
Leia mais
-
04:01:28 | G1
Como 'guerra dos chips' entre EUA e China virou oportunidade para o México

A guerra dos chips tem consequências econômicas, mas também para a segurança nacional. Em meio a esta corrida tecnológica, o México pode aproveitar suas vantagens e se beneficiar do novo cenário internacional. ‘Guerra dos Chips’: como Taiwan se tornou centro de disputa política e econômica entre China e EUA
"Por que se fala tanto da 'guerra dos chips' se, no fim das contas, é apenas mais uma batalha comercial entre Estados Unidos e China?", alguém me perguntou outro dia.
O que eu não sabia é que o país que dominar a indústria de semicondutores terá praticamente a economia internacional nas mãos.
Os chips são a alma da economia moderna e o cérebro de todos os sistemas eletrônicos em produtos de consumo de massa, como carros, telefones, computadores, e até mesmo aviões de combate.
"A indústria militar tornou-se cada vez mais dependente de semicondutores avançados para sistemas de computação, sensores e capacidade de comunicação”, diz Chris Miller, professor associado de História Internacional na Universidade Tufts (em Massachusetts, nos EUA), especializado em questões econômicas, tecnológicas e políticas.
Os semicondutores são também a força motriz por trás de inovações que irão revolucionar a forma como vivemos, como a inteligência artificial e a computação quântica.
Bard, o 'ChatGPT do Google', vai se integrar com Gmail, Docs e outros
'Guerra dos chips' está no centro da corrida tecnológica entre EUA e China
Getty Images via BBC
Embora os Estados Unidos continuem a ser líderes no design de chips, a maior parte da fabricação é feita no exterior. Na verdade, a maioria dos chips tecnologicamente mais avançados são fabricados em Taiwan.
E, à medida que a tensão política aumentou nos últimos anos sobre a possibilidade de a China decidir invadir a ilha, também cresceu a preocupação nos EUA sobre a vulnerabilidade do fornecimento de semicondutores.
Além disso, quando a pandemia provocou interrupções nas cadeias de abastecimento e as empresas entenderam que, apesar de terem custos baixos, não podem depender exclusivamente da China, elas começaram a olhar para outros países com a ideia de realocar suas operações.
"E por que não no México?", pergunta Chris Miller.
Muitas empresas começaram a se instalar em outros países asiáticos, mas o país latino-americano também está na corrida para atrair estes investimentos.
"Há uma grande oportunidade para o México", argumenta o autor de livros como A Guerra dos Chips (Globo Livros, 2023) nesta entrevista à BBC News Mundo, serviço da BBC em espanhol.
VÍDEO: Fantástico mostra como funciona uma fábrica de chips
A maioria dos chips é fabricada em Taiwan
Getty Images via BBC
BBC News Mundo – Vamos falar sobre o México. Qual o papel que este país pode desempenhar no meio desta guerra de semicondutores que existe entre Estados Unidos e China?
Chris Miller – Existem muitas partes no processo de fabricação de semicondutores. Você tem o design, a produção das ferramentas, a fabricação dos próprios chips, a embalagem antes de serem enviados ao consumidor final. Nenhum país se concentra particularmente em todas as fases.
O México pode desempenhar um papel importante na montagem e embalagem. O país já possui uma indústria de montagem desenvolvida no setor automotivo e no setor de dispositivos médicos.
É por isso que o México pode expandir essa vantagem para as indústrias de montagem e embalagem de chips.
BBC News Mundo – O que dizem as empresas que fabricam semicondutores?
Miller – Se ouvirmos as empresas de tecnologia de produção, o interesse delas é reequilibrar sua cadeia de abastecimento para não ficarem tão dependentes da Ásia Oriental.
Atualmente, a maior parte da montagem e embalagem da indústria de chips é feita no Leste Asiático, em países como China e Taiwan.
Existem muitas empresas que gostariam de ver mais montagem e embalagem de chips na América do Norte.
BBC News Mundo – Mas até agora isso não aconteceu...
Miller – Até agora isso não aconteceu. Acredito que o México tem a geografia, a base industrial, a estrutura de custos para viabilizar a montagem e a embalagem.
BBC News Mundo – Mesmo que não faça parte dos países que se destacam por fabricar tecnologia avançada?
Miller – Acontece que os semicondutores são tecnologia avançada, mas exigem montagem e é nessa parte que o México tem vantagens.
Além de carros e dispositivos médicos, também são montados servidores e computadores no México.
Como empresas estão buscando mudar a cadeia de abastecimento para fora da China, serão necessários mais computadores e servidores montados no México no futuro. Todos esses produtos precisam de semicondutores.
Então, não creio que seja correto dizer que o México não tem base tecnológica para somar-se à mudança. Existem várias indústrias que utilizam muitos semicondutores e ficariam muito entusiasmadas em ver o México desempenhar um papel maior na montagem e embalagem.
‘Guerra dos Chips’: como Taiwan se tornou centro de disputa entre China e EUA
Fantástico mostra como funciona uma fábrica de chips; veja VÍDEO
BBC News Mundo – Como o México irá atrair investimentos de empresas fabricantes da indústria de chips se não tiver um plano especificamente concebido para atingir esse objetivo?
Miller – O México precisa fazer mais no desenvolvimento de uma estratégia.
Em última análise, as empresas tomarão decisões de investimento motivadas pela lógica empresarial, mas o governo pode ajudar garantindo que os incentivos fiscais sejam concebidos da melhor forma possível para torná-los atraentes para as empresas.
O segundo ponto é que o governo pode ajudar garantindo que as empresas tenham o fornecimento de eletricidade, água e energia limpa de que necessitam para atrair investimentos a longo prazo.
E a última coisa, provavelmente a mais importante, é que existe um ecossistema suficientemente extenso para o desenvolvimento de economias de escala que reduzam custos, como fizeram China, Vietnã ou Taiwan.
O México tem isso em certas indústrias, como a automotiva, mas não nas indústrias de semicondutores ou na produção de certos componentes eletrônicos.
O governo pode fazer mais para que as empresas percebam que há interesse em desenvolver esta indústria e resolver os problemas que as empresas enfrentam.
Quanto mais investimentos você puder atrair, mais interesse haverá no futuro em novos investimentos.
BBC News Mundo – No meio desta guerra de chips entre os Estados Unidos e a China, você diria então que o México tem uma grande oportunidade comercial?
Miller – Sim, há uma grande oportunidade para o México. E a oportunidade não tem apenas a ver com a corrida pelos semicondutores entre os EUA e a China, penso que cada empresa multinacional que está na China está avaliando o que fazer com sua produção.
Não são apenas as empresas americanas. As empresas japonesas, coreanas e taiwanesas também estão interessadas em transferir sua produção industrial para outros países.
Nas últimas duas décadas, o México perdeu oportunidades porque muitas empresas se estabeleceram na China, mas essa era acabou.
Agora há uma corrida entre o Sudeste Asiático e o México para atrair empresas que vão deixar a China. É uma daquelas oportunidades únicas em uma geração.
Do Vale do Silício a Taiwan: veja a evolução tecnológica mundial da produção dos chips
BBC News Mundo – Que benefícios o México poderá obter se conseguir entrar na cadeia de fornecimento de semicondutores?
Miller – Criar empregos de alta qualidade e bem remunerados que sejam relativamente de alta tecnologia. Há uma razão pela qual todos os países tentam competir para atrair estes investimentos.
A indústria de semicondutores pode ter impacto no crescimento econômico do país. Os chips possuem alto valor agregado, é tecnologia avançada.
Certamente uma cadeia de abastecimento centrada na América do Norte seria menos vulnerável a potenciais perturbações.
À medida que aumentam as tensões entre a China e Taiwan, há maior preocupação por parte das grandes empresas.
BBC News Mundo – Que desafios o México enfrenta para entrar no jogo?
Miller – O principal desafio que o México enfrenta é que há muitos países competindo para atrair investimentos para a indústria de semicondutores, incluindo alguns países que desenvolveram grandes ecossistemas eletrônicos e que estão mais focados em atrair investimentos que estão saindo ou irão sair da China.
O governo mexicano tem que ser mais estratégico na atração de empresas e tem que demonstrar que o país é o lugar certo para este tipo de indústria.
BBC News Mundo – É possível que o país consiga isso?
Miller – É possível que o México desempenhe um papel mais importante nas cadeias de abastecimento eletrônico, mas não sou especialista em política mexicana.
LEIA TAMBÉM:
iPhone 14 tem até R$ 2.800 de desconto; veja quanto sai cada versão
Meme da marmota tem milhões de visualizações e faz brasileiros lucrarem
Como criar um pôster de contato no iPhone e mostra a sua foto em ligações
Do Vale do Silício a Taiwan: veja a evolução tecnológica mundial da produção dos chips
Leia mais
-
00:01:01 | G1
Superquarta: Copom deve baixar juros para o menor nível em 16 meses, e BC americano pode interromper o ciclo de altas

Copom tem nesta quarta-feira (20) seu segundo dia de reuniões e o mercado espera que a taxa Selic caía para 12,75% ao ano. Nos Estados Unidos, o Fed deve manter os juros inalterados, entre 5,25% e 5,50% ao ano. Copom deve reduzir a Selic, taxa básica de juros, nesta Superquarta.
Freepik
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciam, nesta quarta-feira (20), suas novas taxas de juros, decisões amplamente aguardadas pelo mercado.
✅Clique aqui para seguir o novo canal do g1 no WhatsApp.
⚠O grupo antigo será desativado. Mesmo que você já faça parte da nossa comunidade, é preciso se inscrever novamente.
No Brasil, a expectativa de economistas da maior parte das instituições financeiras é que o comitê promova um corte de 0,5 ponto percentual na Selic, taxa básica de juros, que passaria de 13,25% para 12,75% ao ano. A decisão será anunciada por volta das 18h30.
Já nos Estados Unidos, a visão do mercado é outra. A maioria dos investidores e especialistas acreditam que o Fed deve manter as taxas de juros no patamar em que estão atualmente, entre 5,25% e 5,50% ao ano. No entanto, a possibilidade de que a instituição eleve mais uma vez suas taxas não foi totalmente descartada.
Ciclo de queda nos juros
Se confirmadas as projeções do mercado para a decisão do Copom, esse será o segundo corte seguido na taxa Selic, que começou a recuar em agosto deste ano. Em 12,75% ao ano, a taxa cairia ao menor patamar desde maio de 2022 -- quando estava em 11,75% ao ano. Ou seja, seria a menor taxa em 16 meses.
A aposta do mercado financeiro de que o juro vai cair para 12,75% ao ano tem por base indicações do próprio Banco Central. No comunicado de sua última reunião, quando a taxa recuou 0,5 ponto percentual, o Copom informou que poderia continuar promovendo "redução da mesma magnitude" à adotada naquele momento.
Ata do Copom sinaliza para novos cortes na Selic na ordem de 0,5 pontos
A projeção dos analistas do mercado financeiro é de que a taxa continuará recuando nos próximos meses, terminando o ano de 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a projeção é de que Selic caia para 9% ao ano.
Metas de inflação
Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem e no objetivo, em 12 meses, para o início de 2025.
A meta de inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Na semana passada, os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação deste ano, de 4,93% para 4,86%, e passaram a projetar uma inflação de 3,98% para 2024.
Taxa básica de juros da economia, a Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.
Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Apesar do aumento da inflação em agosto deste ano, que somou 4,61% em doze meses, analistas avaliam que isso já era projetado. Além disso, pontuam que os dados da inflação subiram menos que o esperado. "Então, ainda há indícios técnicos para haver esta redução [dos juros]", disse Dierson Richetti, sócio da GT Capital.
Consequências de juros menores
De acordo com especialistas, a redução da taxa de juros no Brasil terá várias consequências para a economia. Veja abaixo algumas delas:
Redução das taxas bancárias: a tendência é que os cortes de juros sejam repassados aos clientes. Em junho, antes mesmo do início do ciclo de corte da Selic pelo BC brasileiro, os juros médios dos bancos já começaram a recuar. Foi a primeira queda neste ano. Em julho, último dado divulgado, recuaram novamente.
Crescimento da economia: com juros mais baixos, a expectativa é de que comece a haver um comportamento melhor do consumo da população e, também, melhora dos investimentos produtivos, impactando positivamente o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e a renda. Os dados de atividade têm surpreendido positivamente neste ano.
Melhora das contas públicas: as reduções de juros também favorecem as contas públicas, pois diminuem as despesas com juros da dívida pública. Em 2022, a despesa com juros somou R$ 586 bilhões. Na porcentagem do PIB (5,96%), foi o maior patamar desde 2017. Analistas estimaram que a redução dos juros pode gerar economia de R$ 100 bilhões em 2024.
Impacto nas aplicações financeiras: investimentos em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures, porém, tendem a ter um rendimento menor, com o passar do tempo, do que teriam com juros mais elevados. "Para a renda fixa, continuamos com visão construtiva, dadas as taxas de juros ainda elevadas, mas com preferência para títulos atrelados ao IPCA", avaliou a XP, em comunicado.
Avaliação de economistas
Na avaliação do economista da empresa de investimentos Suno, Rafael Perez, o PIB de 2023 está mostrando resultados melhores do que o esperado, mas não deve causar impacto na inflação. No entanto, como a alta na atividade econômica pode elevar os preços, o economista acredita que os cortes na taxa de juros não terão surpresas nas reuniões até o fim do ano.
"Portanto, para 2023 não acreditamos em mudança na trajetória de queda dos juros, dado que o desempenho mais forte do PIB não deve trazer alterações relevantes sobre inflação e o fato do Banco Central já ter sinalizado cortes de 50 ponto percentual nos juros para este ano. Contudo, esse resultado do PIB pode limitar o espaço para quedas além do que já foi contratado."
Ainda há outras duas reuniões do Copom previstas até o fim do ano: em 1º de novembro e em 13 de dezembro.
O CEO da Loara Crédito, Adilson Seixas, lista alguns fatores para justificar a previsão de queda dos juros nesta reunião do Copom e nas próximas. Entre os pontos listados, estão uma desaceleração da economia esperada para o ano que vem e a melhora do risco fiscal do país.
"No mercado interno, também podemos enfrentar nos próximos meses uma desaceleração da economia, devido aos resultados dos juros altos que se estenderam por um longo período, além da melhora da percepção de risco político-fiscal no país", afirmou. "Esses cenários são alguns pontos de atenção para o Banco Central seguir reduzindo a taxa Selic ao longo de suas próximas reuniões", completou.
Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, apesar da possibilidade de o Copom acelerar os cortes para 0,75 ponto percentual no fim de 2023, o cenário mais favorável, na visão dele, é de que esses cortes sejam de 0,50 ponto percentual em todas as reuniões deste ano.
“Ainda vemos o Copom com uma mensagem de cautela e parcimônia. Portanto, esperamos um corte de 0,50% na quarta-feira. Para os anos fechados, esperamos que a Selic termine 2023 em 11,75%, com o ciclo se estendendo no próximo ano, com a taxa Selic fechando 2024 em 9,50%”, sugere.
Estados Unidos lutando contra a inflação
Diferente do Brasil, o banco central americano ainda não iniciou seu ciclo de quedas nos juros - e também não há previsões concretas de quando isso deve acontecer.
O Fed eleva os juros no país quando precisa controlar a inflação. Com a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia, principalmente, os preços nos Estados Unidos dispararam para os maiores patamares em décadas e isso obrigou a instituição a promover altas nas taxas da maior economia do mundo, que, entre 5,25% e 5,50%, estão no maior patamar em mais de 20 anos.
No entanto, o Fed demorou mais tempo que o Copom para subir os juros e, por isso, também vai demora mais para conseguir iniciar os cortes.
As expectativas de que a instituição deve manter seus juros inalterados nesta reunião foram reforçadas pelos últimos dados de inflação do país. Em agosto, os preços ao consumidor avançaram 0,6% e, apesar da inflação continuar mostrando uma leve aceleração, o número ficou em linha com o que era projetado, sem surpresas negativas para o mercado.
Em junho, o Fed até tentou interromper o ciclo de altas que vem promovendo nas taxas americanas e as manteve inalteradas. Mas, já na reunião seguinte, em julho, voltou a eleva-las, na luta persistente contra a inflação.
Em diversas oportunidades, os dirigentes do Fed já afirmaram que devem continuar subindo os juros até que a inflação esteja controlada, mesmo que isso possa trazer outros impactos para a economia.
ENTENDA: Juros americanos sobem e ameaçam inflação e retomada econômica do Brasil
Leia mais
-
18:39:25 | G1
Senado aprova projeto que autoriza empresas a venderem títulos para financiar obras de infraestrutura
Proposta agora volta para análise na Câmara, já que o Senado alterou pontos do texto aprovado pelos deputados. O Senado aprovou nesta terça-feira (19) projeto que cria a possibilidade de empresas que prestam serviços públicos comercializarem títulos de dívida (debêntures) no mercado financeiro para financiar obras de infraestrutura.
A proposta terá de passar por nova rodada de votação na Câmara dos Deputados, já que os senadores mudaram o conteúdo do texto.
Uma empresa concessionária, por exemplo, que realiza a manutenção de uma rodovia, vai poder emitir dívidas e com o recurso arrecadado aumentar seu capital e executar projetos de infraestrutura. Funciona como um investimento para quem adquire os títulos.
Na prática, o comprador, pessoa física ou jurídica, empresta dinheiro à empresa e em troca vai receber o valor que investiu corrigido com juros, somado o rendimento. O imposto sobre a renda será descontado dos rendimentos.
As companhias que emitirem debêntures receberão benefício fiscal desde que realizem "projetos de investimento na área de infraestrutura ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação" prioritários para o governo.
As empresas vão contar com uma redução de 30% dos juros pagos aos investidores na base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
As debêntures são diferentes das ações pois funcionam como um empréstimo. O investidor não vira sócio ou ganha participação na empresa.
Presidente Lula critica vaias em evento de lançamento do PAC
Leia mais
-
14:26:46 | G1
Petrobras anuncia 1ª plataforma elétrica de exploração de petróleo do Brasil

Navio-plataforma Maria Quitéria deve começar a retirar óleo em 2025. Anúncio feito pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, inclui ainda investimentos de R$ 22 bi em quatro anos no Espírito Santo. Petroleiro da Petrobras durante viagem inaugural
MARCO MARI-BLOG DO PLANALTO via BBC
A Petrobras anunciou que vai investir R$ 22 bilhões no Espírito Santo nos próximos quatro anos em atividades de exploração e produção de petróleo e gás. Os investimentos incluem o início da operação do navio-plataforma Maria Quitéria, o primeiro totalmente elétrico da estatal em todo o Brasil. A previsão é iniciar a retirada do primeiro óleo em 2025.
Compartilhe no WhatsApp
Compartilhe no Telegram
A lista de projetos para o estado abrange ainda recursos para o prédio da companhia em Vitória, o Edivit, que vai integrar o plano de fortalecimentos das sedes regionais da estatal.
O anúncio foi feito pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, que foi ao Espírito Santo para comemorar os 15 anos do início da exploração do pré-sal no país, e que começou em solo capixaba.
📲 Entre para a comunidade do g1 ES no WhatsApp e receba nossas notícias
"A extração do primeiro óleo foi no Espírito Santo, o que traz o Estado para frente na visão do investidor. O efeito prático dessa atividade é que passou a gerar empregos, a criar expectativa de formação técnica, além de ser uma inspiração para jovens de outras localidades querem vir trabalhar aqui", comentou.
Petrobras será levada a outro nível, diz presidente
Prates ressaltou que a plataforma Maria Quitéria vai ser elétrica, primeira da companhia nesse modelo, o que vai levar o petróleo produzido pela Petrobras a outro patamar, com mais valor agregado.
Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates
Fernando Madeira/Rede Gazeta
O navio-plataforma será do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo) e vai operar no pré-sal do campo Jubarte, que faz parte da Bacia de Campos, com capacidade de produção de 100 mil barris de petróleo por dia.
O sistema vai resultar em uma menor emissão de gases de efeito estufa. A expectativa é que, durante o ciclo de produção e a utilização da tecnologia, deixem de ser emitidos mais de 5 milhões de toneladas de gás carbônico.
Durante a passagem pelo Estado, Jean Paul Prates aproveitou para descartar a possibilidade de a Petrobras abrir mão de sua sede capixaba, que funciona na Reta da Penha, em Vitória. O local conta com o trabalho de 10 mil profissionais, dos quais sete mil atuam embarcados.
📲 Em busca de emprego ou concurso? Veja as oportunidades
"Esta é uma sede extremamente confortável e moderna e que a Petrobras não pode abrir mão de jeito nenhum, como pensou em fazer. Houve períodos em que havia planos de alienar essa sede, justamente por achar que não era mais necessária", ressaltou.
Prates lembrou ainda que a sede do estado administra a revitalização de alguns campos de petróleo, como o de Albacora. Ele salienta que nesse "revit", como chama, de campos tradicionais da Bacia de Campos, há a substituição de plataformas antigas por outras mais novas e mais eficientes.
"Na verdade, a modernização da estrutura, aplicada à tecnologia, permite que aquele campo volte a produzir um pouco do que já produziu no auge. A revitalização dessas unidades são importantes porque o mundo nos exige cada vez mais um petróleo menos carbonizado", observou.
Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo
Leia mais